quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Atlético Assisense fecha com a Ambev e põe Pepsi e Gatorade na camisa

Cláudio Messias*

Aos poucos o Clube Atlético Assisense vai definitivamente renovando sua forma de gestão para a disputa da temporada 2014 da Segunda Divisão do Campeonato Paulista. Inscrito e confirmado para a disputa do certame, o Falcão do Vale apresentou sua proposta ao empresariado de Assis evem obtendo retorno. A novidade, nessa quinta-feira, 27, foi a confirmação de parceria com a Distribuidora de de Bebidas Messias (que fique claro, não tenho, apesar do sobrenome, nenhuma relação de parentesco com essa outra parte dos Messias, vindos igualmente de Portugal).

O acordo com a Distribuidora Messias estreitou o caminho de chegada até a Ambev, maior fabricante de bebidas da América Latina e uma das maiores do mundo. Assim, o Atlético Assisense irá expor, no uniforme, marcas de peso como a Pepsi e o Gatorade. Tais patrocinadores juntam-se à Multi-Ar, patrocinador máster do Falcão do Vale para a temporada 2014 da Segundona. Concomitantemente, a diretoria do clube de Assis negocia, agora, a exploração das placas instaladas nas laterais do gramado do estádio Tonicão.

O presidente do Atlético Assisense, Carlos Antunes Boi, disse-me via redes socais que as parcerias estão sendo firmadas mediante diálogo que ele, gestor, agradece principalmente a partir do fechamento de contrato com a Multi-Ar. De acordo com o dirigente, o fato de os proprietários da Multi-Ar terem total credibilidade não só em Assis, mas no país inteiro, confirmou que há seriedade, transparência e muito profissionalismo na nova forma de gestão do Falcão do Vale. E, claro, um bom patrocinador atrai outro, e outro, etc.

Carlos Antunes Boi já tem comissão técnica e parte do elenco de jogadores definidos. O presidente pretende apresentar o novo Falcão do Vale para a torcida logo após o Carnaval. Segundo ele, trazer equipe e comando técnico antes do Carnaval representaria, necessariamente, quebrar o ritmo para a tradicional para pelo período de festas. E, ainda de acordo com o dirigente, imediatamente após a apresentação do grupo serão  feitos os exames médicos necessários e iniciada a fase de condicionamento físico e, enfim, preparação técnica.

A equipe gestora do Atlético Assisense prefere a cautela quando questionada sobre o principal objetivo de 2014. Boi ressalta que almejar o acesso à Série A-3 trata-se de uma meta óbvia, tendo em vista tamanho apoio recebido das empresas de Assis. Seu discurso, contudo, caminha pela trajetória de iniciar um trabalho que, caso realmente leve a cidade à sonhada Série A-3, permita que daqui a exatamente um ano, já na disputa do torneio, haja condições de continuar avançando nas divisões inferiores do Campeonato Paulista.

Tenho acompanhado à distância o trabalho de Carlos Antunes Boi e de sua diretoria nessa temporada de 2014. Não recairei, aqui, no erro de fazer comparações com outras equipes que ainda buscam confirmar inscrição na Segundona. O que posso dizer é que o Falcão do Vale tem um patrocinador máster cujo proprietário é um apaixonado pelo futebol. Conheci Tiziano, o gestor da empresa, no final da década de 1990, quando em viagem a São Paulo na companhia de Ivo Guiotti, a lenda viva de Cândido Mota. Para a capital fomos, juntos, em busca da audiência pública que, realizada na Assembleia Legislativa, discutia a implantação da Lei pelo Uso da Água, hoje em vigor.

Tiziano, pois, é uma dessas lideranças que pouco aparecem e se expõem, mas que muito fazem. Sua empresa, a Multi-Ar, é um desdobramento de sua especialidade no ramo de refrigeração, dono que é da GeloSom. Gera mais de uma centena de empregos diretos, vende para o Brasil inteiro e não se expõe em colunas sociais e/ou roteiros badalados da aristocracia assisense. É justamente por isso que se encaixa, sim, no perfil do Atlético Assisense de 2014, uma equipe que come pelas beiradas, fala pouco, mas que avança muito na busca pela realização do sonho de Assis ter um digno futebol profissional.

Imagem: Divulgação
Prospecção do que tende a ser o uniforme número 1 do Atlético Assisense 
para a temporada 2014, já com parte dos patrocinadores



*Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre e doutorando em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Justiça comum tira Vocem da Segundona em 2014

Cláudio Messias*

Minha avó materna Ana Rosa dizia, em vida, algo que adotei como ensinamento básico de vida: o que começa errado tende a não ter bom desfecho. Em resumo, começou algo errado, meu amigo, prepare-se porque não dará certo. Infelizmente, essa retórica envolve o nome glorioso do nosso Vocem, de Assis, que depois de mais de uma década desativado para a disputa do futebol profissional quase voltou. E parece que desse 'quase' não sairá.

O projeto de reativação do Vocem, anunciado um mês atrás, era bom, reconheçamos. Esqueçamos as cabeças e os nomes que estavam por trás da iniciativa, assim como as circunstâncias que levaram à escolha da Esquadrão da Fé para inscrição na disputa da Segunda Divisão do Campeonato Paulista de 2014. No papel, em forma de prognóstico, o prenúncio era de que um excelente trabalho seria montado, desenvolvido e concluído. Um detalhe, contudo, não poderia ser ignorado: futebol profissional tem formalidades que, todos sabemos e cobramos, visam à garantia de que o principal agente que fundamenta a existência do futebol seja respeitado: o torcedor. E estamos falando de futebol no Estado mais rico da nação, organizador do maior - e para mim, melhor - campeonato regional de futebol do planeta, sob os auspícios da Federação representativa que tende a colocar o próximo presidente da Confederação Brasileira, também chamada de CBF. Logo, vamos, então, com calma e sem muita sede ao pote.

Tenho ficado muitos dias fora de Assis e, assim, poucas informações têm chegado sobre essa fase de preparativos para a disputa da Segundona. O que sei chega em interações via redes sociais, ora em diálogos abertos, ora reservados. Tenho, óbvio, minhas fontes confiáveis e também aquelas que exigem uma conferência a mais na checagem. Importante dizer, também, que se estivesse em Assis diariamente pouca coisa mudaria, pois hoje sou muito mais torcedor do que jornalista, e vinha guardando ansiedade sobre a inédita oportunidade de ver Atlético Assisense x Vocem, o dérby histórico. Minha função, aqui no Blog, não é essencialmente informar, embora o faça.

Explanado esse contexto, avanço para o que há de formal. Não sem antes deixar claro que na finalização da coluna semanal Fiscalização Eletrônica que posto cá, no Blog, soube de especulações que davam conta de que o Vocem não disputaria a Segundona. Como sei da briga travada em bastidores entre os dois clubes da cidade, cada qual buscando fechar seus acordos comerciais que viabilizem a nada barata disputa de um torneio de futebol profissional, achei que elucubrações sobre eventual e-mail anônimo comprovando a não inscrição do Esquadrão da Fé seriam fruto de mais uma vergonhosa parte da história dos bastidores políticos de uma cidade que já inventou até pesquisa eleitoral publicada na imprensa literalmente impressa e, assim, elegeu prefeito na última hora. Bastaram, agora, horas de uma única madrugada para que de boato passássemos a um cenário que aparenta ser definitivo. O Vocem parece, mesmo, estar fora da Segundona, ao menos na temporada de 2014.

Quando soube dos tais e-mails, procurei-os. A primeira versão chegou em formato .doc, durante as primeiras horas dessa quarta,feira, 26, resultado de um copia>cola feito de PDF para o Word. Li, analisei e dei fé. Mas, carecia do documento original, que continuei buscando, mesmo não estando em Assis. O envio foi feito por um jornalista que tem o meu respeito e a minha admiração desde que comecei no rádio lá pelos idos de 1985. Documentos em mãos, ou melhor, na tela do computador, comprovação do impedimento judicial de disputa do Vocem feita, parti para o contato com a principal parte envolvida, ou seja, a Federação Paulista de Futebol. Frequento aqueles corredores há mais de 20 anos e sei que em situações envolvendo a Justiça comum a instituição se calará, pois não trata-se de uma intervenção da Justiça Comum em assunto relacionado à Justiça Desportiva. Se o Vocem está impedido de inscrever-se na Segundona é porque não providenciou a documentação necessária exigida de todas as agremiações inscritas para a mesma competição. Imagino que o posicionamento da Federação seja esse e mesmo imaginando que não obterei resposta para as mensagens eletrônicas que enviei, faço a minha parte de comunicador e em eventual recebimento, posto nesse espaço.

Há, portanto, duas situações que o Vocem precisa resolver caso queira disputar a Segundona neste ano ou em qualquer temporada futura. A primeira delas é referente à constituição legal de seu conselho e de sua diretoria. Não vou entrar em nomes porque, além de desnecessário, infelizmente isso acaba sendo uma brecha para que extremistas mal informados e/ou  pessimamente intencionados façam fusquinha em torno do assunto. E digo 'desnecessário' porque o pressuposto é de que quem está lendo esse material, agora, sabe quem são as pessoas envolvidas. E se não sabem, por serem de outras localidades ou estarem fora de Assis, entenderão perfeitamente que quando foi desativado, na década passada, o Vocem tinha constituídos um conselho e uma diretoria. E para retornar em 2014, claro, precisaria formalizar na Federação Paulista de Futebol se as informações registradas quando da última participação do clube em competições oficiais são as mesmas ou se houve alteração. E dentro de tudo o que foi fartamente anunciado nos últimos 30 dias os nomes envolvidos no Vocem de 2014 não são os mesmos do Vocem de dez anos atrás. Simples assim: o Vocem de 2014 precisa apresentar na Federação a documentação que comprove os trâmites em que a diretoria anterior foi substituída por aquela que se propõe a gestar o clube. Esse trâmite, todos sabem, é feito mediante convocações formais, públicas, de conselheiros, dentro de prazos igualmente legais. E como houve eleição nas últimas semanas, toda essa documentação tem de estar juntada, protocolada e, assim, com suficiência para que o clube seja confirmado enquanto inscrito.

A outra questão pendente para o Vocem e sem a qual, solucionada, o clube não conseguirá disputar o torneio da Segundona 2014 condiz a uma briga judicial que implica diretamente na primeira circunstância, relatada acima. A diretoria anterior do clube, constituída formalmente via conselho, contesta a forma como os trâmites transcorreram nas últimas semanas. O caso foi registrado em boletim de ocorrência, avançou para o Poder Judiciário e estourou em forma de uma intervenção preventiva que determina a não-inscrição do clube na Segunda Divisão. Essa decisão, que é pública, foi tomada na segunda-feira, dia 24 de fevereiro, também conhecida como anteontem. Nela, o juiz André Gustavo Livonesi, substituto na 3ª Vara Cível de Assis, profere que (...) a inscrição do Clube perante a Federação Paulista de Futebol acarretará uma série de atos a serem praticados pelo Administrador Provisório, tais como organização dos jogos, pagamento de funcionários e jogadores, arrecadação de bilheteria etc. Como reconhecido pela própria parte, tais atos são irreversíveis e suas conseqüências de difícil previsibilidade, situações que não autorizam a antecipação da tutela. Como já fora dito, se a parte optou em inscrever o clube no campeonato organizado pela Federação Paulista de Futebol com seus atos constitutivos em situação irregular, não pode agora, alegando sua própria torpeza, pedir que sejam suprimidas as etapas de regularização, devidamente demonstradas pela nota de devolução apresentada pelo Cartório de Registro de Título e Documentos e de Pessoas Jurídicas (...)". Veja a íntegra aqui.

A situação da equipe de gestores que quer assumir o Vocem em 2014 havia começado a ficar complicada no dia 21 de fevereiro, ou seja, sexta-feira da semana passada. O grupo, que havia solicitado a inscrição do Esquadrão da Fé junto à Federação, recebeu da própria o Ofício Nº 0723/2014/FPF-DCO, assinado pelo Coronel Isidoro Suita Martinez, vice-presidente do Departamento de Competições. O documento comunicava ao Vocem que o prazo para a entrega de documentos relativos à comprovação de filiação junto à Federação Paulista de Futebol se encerrará no no dia 24 de fevereiro de 2014, às 18 horas. Ficava enfatizado, ainda, que "não sendo atendido o referido prazo, o clube não participará de nenhuma competição por nós organizada", conforme as palavras de Martinez.

Ocorre, então, que as duas circunstâncias complicadas relatadas ali atrás tornam-se uma só a partir do momento em que o Vocem de 2014, sem acordo com a diretoria anterior, não consegue registrar a constituição legal de seu conselho que, assim sendo, não pode legitimar a eleição da diretoria apresentada como gestora no ano corrente. Sem conselho, sem diretoria, sem comprovação documental na Federação, sem participação na Segundona, e com o agravante de que qualquer ação que fuja desse cenário estará desrespeitando a decisão judicial em voga na 3ª Vara Cível da Comarca de Assis. Daí, pois, as ações passam a ficar centradas em São Paulo, em articulações que envolvam negociação de dilatação do prazo de inscrição do Vocem e tentativa de derrubar ou suspender a determinação judicial desse dia 24 de fevereiro, uma vez que o processo, agora, caminha para investigação do Ministério Público Estadual.

Optei, nessas últimas horas, por desconsiderar o bombardeio de informações sobre o assunto que circulam pelas redes sociais, uma vez que de um lado estão aqueles que, desconhecedores dos fundamentos jurídicos envolvidos, dizem haver conspiração infundada contra o Vocem, e, do outro, interlocutores ora dizendo que a Federação Paulista de Futebol confirmou a inscrição do Esquadrão da Fé, ora afirmando que a decisão definitiva será tomada após o Carnaval. Há, sabemos, emoções fortemente envolvidas, com ares de provocação, intimidação e em alguns casos, lamentação pelo que parece ser irreversível.

Seja qual for o desfecho disso tudo, é fato que a Federação não confirmou a inscrição do Vocem e que uma determinação judicial impede o clube de fazê-lo. Creio que nesse caso a premissa da comunicação de que 'contra fatos não há argumentos' tenha de ser revista. Entendo e defendo que o grupo gestor do Vocem volte a público e abasteça o torcedor, a imprensa, enfim, a opinião pública, com a mesma estratégia de divulgação com que apresentou o projeto e anunciou treinador, aluguel de imóvel para alojamento, etc. Uma expectativa em torno do retorno do Vocem foi criada na cidade, e essas pessoas que acreditaram no noticiário envolvendo o assunto deram fé de que os trâmites foram lícitos o suficiente para não esbarrar em processos judiciais. Uma parte está mostrando, com autos, o que está ocorrendo. Compete à contraparte, agora, arguir, prestar contas.

De nossa parte, comunicadores e comunicólogos, fica a lamentação de que novamente o nome de Assis bata nas portas do futebol profissional com notícias desse gênero. Não dou razão a uma ou outra parte envolvida, pois, ratifico, não tenho relação alguma com os nomes que aparecem. Os conheço, sim, mas a relação para por aí. Fico triste é com o envolvimento do nome do Vocem nisso tudo, pois mesmo desativado o Esquadrão da Fé estava lá,  quieto, guardado carinhosamente na memória de quem um dia fez parte do "inferninho" dos estádios da Ferroviária e do Marcelino de Souza. Hoje, retirado de seu estandarte, o Vocem é objeto em processo judicial e até que se prove o contrário, não encontra-se inscrito para disputar o torneio que fundamenta seu anunciado e badalado retorno. Ora, se o projeto para 2014 passava por essa trajetória, que os gestores fundassem outro clube, profissionalizassem uma agremiação do futebol amador, mas poupassem a marca Vocem dessa vergonha.


Foto: Arquivo-Waldyr Max Jr./Facebook

ESQUADRÃO DA FÉ - Formação do Vocem no início da década de 1980, período em que o clube mais levou torcedores aos estádios da Ferroviária e Marcelino de Souza. Homens da cidade e vindos de outras localidades e que ajudaram a construir um dos nomes mais respeitados e conhecidos do futebol interiorano desse país. Por quase todos os lugares onde passei, seja aqui no estado de São Paulo ou fora das divisas, sempre houve quem perguntasse sobre o Vocem. Uma história, pois, que precisa ser respeitada.



*Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre e doutorando em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.





terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

ADEUS A TIO EURICO MESSIAS

Foto: Família Lopes & Messias
Sentados: tio Arlindo, tio Eurico e tio Roberto; 
em pé: tia Alice, tio Dito e meu pai, José.

  TRISTE   - Meu tio Eurico Messias fechou os olhos para não mais abrir nesse 25 de fevereiro de 2014. O segundo de nove irmãos, entre eles meu pai, José Messias, nos deixou aos 84 anos de idade, completados no início do mês. Honestidade, força de trabalho e inteligência são as características desse homem ajudou a desbravar o Oeste do Paraná, nas terras colonizadas por Nasário de Oliveira, assisense, nos arredores de Barbosa Ferraz/PR, 60 anos atrás. Desde a infância visito praticamente uma vez por ano sua casa, seja na cidade ou no sítio. Minha despedida foi feita exatamente um mês atrás, quando lá estive com meu pai, dando força a um homem acometido por um AVC que desde outubro de 2013 lhe tirou a fala e os movimentos de um dos lados do corpo. Tenho em comum com meu tio - e meu pai - essa mania de falar, enfim, gostar de conversar. E a partir de agora restam as boas lembranças desse homem que criou 4 filhos e deixa tristes 5 netos e dois bisnetos. Nesse momento, não tenho dúvidas, tio Eurico está, antes de chegar ao céu, percorrendo rios, matas e a fauna que tão bem cuidou e protegeu em Barbosa Ferraz e cá, na Água da Cruz, em Assis. As fotos dessa postagem foram feitas em 22 de abril de 2007, aqui em casa, última ocasião em que os 6 irmãos se reuniram. Tio Eurico é o de camisa azul claro. Em 2012 esses irmãos se despediram do mais velho, Roberto, que na foto vestia camiseta azul escuro.

FISCALIZAÇÃO ELETRÔNICA - 25/FEV



AUSÊNCIA
Viagem de última hora a Palotina/PR retirou-me da rotina por três dias, na semana passada. Com serviços acumulados, consequência desse imprevisto, as postagem no Blog ficaram em prioridade secundária. Nada, obviamente, relacionado a qualquer tipo de circunstância que envolva o teor das postagens dos últimos 30 dias. Isso ser bom ou ruim depende da perspectiva de cada um.

AUSÊNCIA II
Recebi sugestão e admito estar analisando a reunião de todas as minhas postagens em única publicação, que pode ser digital ou impressa. Selecionados, os textos publicáveis seriam aqueles em gênero crônica, marcando minhas passagens pelos sites Assiscity e JSOL, além da reativação desse Blog, há pouco mais de um ano. Nos três casos, publicações autônomas, sem vínculos e à base, somente, da amizade com seus idealizadores.

AUSÊNCIA III
Alguns amigos estranharam a ausência de publicações, minhas, no Jornal da Segunda Online nas últimas semanas. Como os textos publicados ora são pinçados por meu amigo Reinaldo Nunes, o Português, ora são por mim enviados a ele, não faço a verificação das publicações, mesmo sendo leitor assíduo daquele portal. A resposta a esses amigos dada e que consta é que semanalmente envio uma sugestão de publicação. Considerar o texto publicável, por parte de Português, já são outros quinhentos. Nada, contudo, que altere uma parceria que se estende já por algumas décadas desde os tempos em que, vejam só!, eu me metia a chargista, no início da década de 1990.

CENSURA
Três contatos de minha pesquisa de doutorado interromperam diálogo, repentinamente, na semana passada. Pesquisadores e jornalistas, eles acompanhavam de perto os protestos pelas ruas de Caracas, na Venezuela, questionando o governo de Nicolás Maduro. A preocupação deu lugar ao alívio quando soubemos que os comunicadores e comunicólogos venezuelanos sofreram, na realidade, com o golpe de Maduro e suas forças políticas e militares, que bloquearam as redes sociais via Twiter e Facebook. O serviço de internet na Venezuela é estatal e com o impasse desse fevereiro de 2014 até mesmo os serviços de e-mail foram bloqueados no país vizinho.

BOLHA
O mercado imobiliário de Assis, que teve um biênio 2012/2013 inigualável na história, dá mostras de desaquecimento. Com o prenúncio de que a crise das economias européia e norte-americana foi resolvida e, com isso, sobrará para as instáveis economias dos países emergentes, em especial ao BRICS, ainda há quem tenha bala na agulha para investir em imóveis. Em vez de gastar na planta, porém, preferem-se áreas consolidadas. Em suma, a moral da história passa a ser "melhor um barraco erguido do que uma mansão no projeto". Traduzindo: barraco é receita, mansão é sonho.

SERÁ?
A rede Havan faz pesquisa de mercado na região de Assis. Com a duplicação da SP-333, agentes do mercado imobiliário falam em dois megaempreendimentos muito próximos: Havan e Carrefour. O segundo-, sabe-se, montaria prioritariamente um centro de distribuição para abastecer as lojas de Londrina e Prudente, além das novas unidades previstas para Marília e Assis.

ÊXODO
Os defensores de uma Assis com 100 mil habitantes estão revirando nos túmulos do anonimato. Dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado, que controla registros de nascimentos e óbitos para, então, trabalhar com o coeficiente de segurança de cada localidade paulista, tem disparidade estatística em relação à projeção da Fundação Seade. Logo, se a Seade falava em uma Assis com 97 mil habitantes, para a Segurança somos 95.908 habitantes. Para o IBGE, podemos ter ultrapassado os 100 mil habitantes em 2012.

ÊXODO II
Da área da Seccional de Assis, que compreende a região administrativa de Ourinhos, Cruzália é o município com menor concentração de habitantes: 2.246. Ourinhos confirma a elevação de sua população, com 103.930 habitantes. De todas as localidades, contudo, Paraguaçu Paulista é a que mais avança demograficamente> 42.535 habitantes.

PENTE FINO
O Departamento de Acompanhamento e Avaliação de Serviços de Comunicação Eletrônica da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) multou a Fundação São Francisco de Assis, daqui de Assis, em R$ 4.083,82. A autuação foi tornada pública em portaria do dia 21 de fevereiro, lançada no Diário Oficial da União. Além da concessionária de Assis, outras quatro receberam a mesma punição, situadas em estados como Bahia, Ceará e Rio Grande do Sul. O maior valor das multas é justamente aplicado à entidade assisense.

COMPETÊNCIA
Patrícia Dias, formada em Jornalismo pela Fema, é a mais nova contratada da RadiAtiva FM, de Paraguaçu Paulista. Uma das profissionais mais competentes que meu testemunho presenciou. Com certeza, mais uma profissional de comunicação que logo estará nos grandes grupos de comunicação - não menosprezando, claro, o pode formador da RadiAtiva.

TERRAS PARAGUAIAS
Meu amigo André Dorini, com quem estudei na época de Clybas e trabalhei, na Unip/Assis, experimentou parte de seu sonho nessa semana. Competente docente das biológicas, ele começou a dar aulas em um curso de Medicina, na fronteira Ponta Porã/Pedro Juan Caballero.

PRENÚNCIO
Assis aparece entre as cidades listadas pelo Instituto Federal de São Paulo no portal da instituição na internet. Anteriormente, para encontrar o pólo avançado local, que funciona na Fema, era necessário entrar no campus de Birigui, ao qual é vinculado. Lideranças políticas locais e regionais aguardam o anúncio da condição autônoma do campus de Assis do IFSP, que já em 2015 incorporaria dois cursos superiores de formação de tecnólogos.

RESPALDO
A parceria entre o Clube Atlético Assisense e a Multi-Ar tem rendido marketing em nível nacional ao Falcão do Vale. Garoto-propaganda da patrocinadora, o ex-jogador e atualmente comentarista e apresentador Neto, da TV Bandeirantes, tem feito menções à parceria. O cronista esportivo tem amigos na cidade e não descarta a possibilidade de comparecer à Sucupira do Vale para novas ações relacionadas ao time que disputará a Segunda Divisão em 2014.

RESPALDO II
O acordo firmado entre a Multi-Ar e o Atlético Assisense prevê apoio gradativo à equipe, com o avanço do campeonato da Segundona. Caso o clube repita a campanha de 2013, por exemplo, jogadores e comissão técnica serão retribuídos proporcionalmente, uma vez que a exposição da marca do patrocinador abrangerá maior número de cidades e de veiculação nas mídias, principalmente a televisiva. A meta de ambos os lados, ou seja, de clube e patrocinador, é gerar condições de acesso à Série A-3 de 2015 e, principalmente, iniciar um trabalho que permita, no mínimo, a manutenção naquela divisão.

RESPALDO III
É visível e palpável a mudança na forma de gestão do Atlético Assisense em 2014. Descentralizado, o comando do Falcão do Vale abre-se para a participação direta da torcida e dos seguidores do clube nas redes sociais. Essa forma solidária de contato e respeito com o público pode ser comprovada na votação aberta pelo presidente Carlos Antunes Boi para a escolha do uniforme do time. Primeira e segunda camisa, assim como calções e meiões, serão confeccionados conforme apontar o público via Facebook. Há cinco opções de uniforme completo.

SEM DÚVIDA
Tenho sido cobrado, nas últimas semanas, sobre minha postura enquanto torcedor de clubes de futebol em 2014. A dúvida de meus interlocutores é se torcerei por Atlético Assisense ou por Vocem na disputa da Segunda Divisão. Como não costumo responder comentários e ignoro provocações que partem para o cunho pessoal, ratifico minha posição: torço pelo Falcão do Vale, em primeiro lugar, mas ficarei igualmente feliz caso o Vocem consiga a difícil missão de sair das cinzas e logo de cara conseguir o acesso à Série A-3.

SEM DÚVIDA II
Não sou mais ou menos amigo de diretores do Atlético Assisense ou do Vocem. Defendo, apenas, a continuidade de um trabalho que delonga tempo razoável, como no caso do Assisense, que há mais de uma década disputa as divisões inferiores do futebol paulista, de forma ininterrupta. E entendo que o projeto do Falcão do Vale demanda um profissionalismo que, por enquanto, me convence. O que não significa que do outro lado não haja profissionalismo.

ESTRANHO
Algumas postagens nas redes sociais geraram dúvidas nos últimos dias. Ao ponto de, nessa terça-feira, sair a "notícia" de que a diretoria do Vocem confirmou, direto da Federação Paulista de Futebol, que o time está inscrito e irá disputar a Segundona. Ora, se a inscrição havia sido feita, o técnico estava anunciado e a casa dos jogadores alugada, que confirmação é essa? E fica a pergunta: o que ocorreu, não foi divulgado e, assim, não chegou ao conhecimento público por esses dias?

ESTRANHO II
De acordo com meu amigo Márcio Grilli, da Banca Bandeira, o que correu por trás das cortinas, por esses dias, envolveu um eventual falso e-mail, em que se anunciou que o Vocem não disputaria o campeonato. De minha parte, estou ansioso para que essa mensagem eletrônica apareça, principalmente pelo fato de, hoje, ser possível identificar, via caminho inverso, o IP (identidade virtual) do autor da tramoia. Daí, contudo, a precisar ir à Federação e, de lá, esclarecer que o Esquadrão da Fé realmente irá disputar o torneio já parece outra história. Aguardemos.

SEM FAIXA
Faltando menos de dois meses para o início do campeonato da Segundona o estádio Tonicão é mantido em reforma. Seria bom que o Departamento Municipal de Trânsito aproveitasse o movimento no estádio e aplicasse sinalização de solo para a travessia de pedestres na ampla quadra em que estão as instalações esportivas. Assim, mães e estudantes que transitam por ali diariamente ganhariam uma alternativa de travessia da via Antônio Zuardi todos os dias úteis, sem correr risco de atropelamentos nos horários de pico, quais sejam, antes do início das aulas e após o encerramento das mesmas.

CASA NOVA
Os moradores das adjacências da Santa Cecília acabam de ganhar uma alternativa para a compra de rações e suprimentos para animais domésticos. O ponto comercial onde por décadas funcionou o tradicional Pilão Mercearia, do saudoso seo Silva, deu lugar, há duas semanas, à Ramos Rações. Pintura e fachada novas, a loja atende em horário comercial tradicional.

BREQUE
Condutores de veículos que algum dia renovaram suas CNHs no estado do Paraná estão enfrentando problemas sérios em Assis. O Denatran está fazendo conferência de cada uma das solicitações de renovação. O objetivo é verificar se os titulares das CNHs renovadas naquele estado vizinho fizeram o curso preparatório obrigatório, exigido em todo o país desde o final da década passada.

BREQUE II
A culpa, óbvio, não é da Ciretran de Assis. E nem dos condutores. Trata-se, pois, de um processo que sai do sistema online do Denatran e entra na seleção manual de cada uma das CNHs cujo histórico mostra ao menos uma renovação no Paraná. Há casos de condutores que estão há mais de 30 dias sem receber a CNH e, inclusive, encontram-se impedidos de dirigir porque o documento de habilitação expirou até mesmo os 30 dias de tolerância reservados para a renovação.

BREQUE III
Para quem não sabe, no início da década de 2000 muitos condutores de veículos se dirigiram a municípios parananenses em busca da renovação de suas CNHs. Entre as 'vantagens' estavam custo menor com as tarifas, centralização dos serviços de renovação em um só local e entrega praticamente imediata do documento. E no final da década passada, quando o curso de formação de condutores , exigido por lei nacional, passou a ser condicionado na renovação em municípios paulistas, no Paraná uma medida cautelar garantia a renovação sem a necessidade de frequentar (e pagar) por 30 horas de curso. Acontece, porém, que essa medida cautelar foi derrubada e, assim, o único estado que oferecia 'vantagem' passou, agora, a ser o único a dar dor de cabeça a quem um dia achou que ficaria livre do tal CFC.

PIADA PRONTA
O prédio onde seria a sede administrativa da extinta Construtora Melior, no centrão de Assis (esquina entre as ruas Barão do Rio Branco e J.V), tornou-se moradia de indigentes. Alguns deles ficam na calçada, sentados, durante parte do dia, Nessa terça, passando por ali, fui chamado por uma mulher ali instalada, que pediu-me R$ 5. Assustado com o valor solicitado, recebi como complemento: "claro, é para comprar marmitex é pedra, né?!". Então tá.

SANTO DA CASA
Um grupo de professoras dos departamentos de Educação e de Letras Modernas da Unesp/Assis encontra-se em Miami, Estados Unidos. Lá, organizam, em parceria com a Miami University, o I International Meeting on Language Learning in Tandem: Past, Present and Future. Trata-se da consolidação de uma parceria que nasceu naquele que é reconhecido como um dos projetos mais bem sucedidos de ensino de segunda língua no mundo: o Teletandem Brasil, que, por sinal, começou na Unesp/Assis.

AFASTAMENTO
Por falar em Unesp, o reitor da universidade, Júlio Cezar Durigan, está em tratamento de saúde. Em seu lugar responde a vice-reitora Marina Rudge. Pessoas ligadas diretamente a Durigam têm pedido orações pelo restabelecimento da saúde do reitor, que assumiu em 2013. Engenheiro agrônomo formado pela Unesp/Jaboticabal, Durigan tem cargo docente na mesma faculdade que o formou.

DESPEDIDA
Tive, nesse 25 de fevereiro, uma baixa na família. Despedi de Eurico Messias, irmão de meu pai, José Messias. Nascido em Assis, tio Eurico sofreu um AVC em outubro passado e aos 84 anos não resistiu à desestabilização provocada com as sequelas. Casado com tia Nica cá, na cidade, participou do avante de colonização que o desbravador Nasário de Oliveira, também assisense, fez nos arredores de Barbosa Ferra/PR. Isso, há exatos 60 anos atrás. Meu mais recente reencontro com tio Eurico ocorreu em 25 de janeiro passado, em Barbosa, quando levei meu pai para rever o irmão que, sentíamos, estava prestes a partir.

QUASE
A realização da Fapi 2014, em Ourinhos, está confirmada. Com a morte do usineiro Fernando Quagliato, principal gestor do projeto envolvendo a feira agropecuária, um grupo denominado G Fapi assumiu a administração e começa a viabilizar o evento. A organização da edição desse ano conta com apoio de orientação de gestão do Sebrae. Duas contratações de shows são consideradas certas pelos jornalistas que consultei naquela cidade: Luan Santana, que faria a abertura, e Aline Barros. As demais especulações giram em torno de Sérgio Reis, César Menotti e Fabiano, Almir Sater, Renato Teixeira, Lucas Lucco, Chitãozinho & Xororó, Lucas Ferreira e Henrique e Diego. A feira deve ocorrer em junho.

XEQUE
A postagem de videos e fotos nas redes sociais tem provocado barrigas jornalísticas impressionantes. Depois do garotinho que teria cruzado um deserto da Jordânia sozinho (somente dois dias depois a fotografia original foi revelada, mostrando o garotinho em meio a um grupo que, sim, avançou pelas areias quentes buscando refúgio) a imprensa internacional tomou o caso como lição e passou a precaver-se com o que é lançado em postagens como sendo conteúdo original.

XEQUE II
O caso da paciente que foi levada em uma maca desde o Hospital Regional até a Santa Casa, em Assis, merece uma criteriosa análise. Claro, quem fez o registro da imagem estava indignado, pois havia uma paciente que, doente, requeria atenção especial. A grande questão, contudo, é que o portal G1, da Globo, apropriou-se da imagem e noticiou que a paciente foi transferida de hospital pela rua.

XEQUE III
Ora, Santa Casa e Hospital Regional estão separados exatamente por uma rua. Trata-se de um complexo hospitalar único, de maneira que transferências entre um e outro ocorram via maca, a céu aberto,desde que as condições meteorológicas assim permitam. E quem recebeu a imagem, no portal de notícias do maior grupo de comunicação do país (eu disse 'maior' e não 'melhor'), desconhecedor dessa realidade logística, fez barulho demasiado. Não desprezando, claro, a indignação dos parentes da paciente, pois o que estava envolvido ali não era exatamente o transporte, mas o atendimento dado àquela cidadã.

XEQUE IV
É bom ressaltar que o texto do G1 citava que o transporte da paciente deveria ser feito em uma ambulância. Como esse tipo de viatura não tem plantão no hospital, seria necessário acionar o serviço de emergência, fazer o deslocamento do veículo até o Regional e, com a paciente dentro, fazer o deslocamento de menos de 100 metros até a Santa Casa. E como tempo, em casos relacionados a urgência no atendimento de saúde, é sinônimo de vida, talvez a solução mais rápida seja, mesmo, o transporte via maca.

XEQUE V
Uma boa dica para a equipe da Fundação Getúlio Vargas que prepara um plano de gestão para a Prefeitura de Assis. Com certeza, a instalação de um corredor de transporte comum para pacientes do complexo Regional/Santa Casa custe bem menos do que a mensalidade dos contratos assinados com aquela instituição de ensino paulistana.

CÁ ENTRE NÓS...
... teremos, novamente, sete candidatos locais nas próximas eleições?


IMAGEM DA SEMANA

Foto: Cinara Rosa/Facebook

CUIDAR PARA TER SEMPRE? - Passados dois meses do segundo ano do prefeito dos 15 mil votos a cidade está bem diferente daquela anunciada na campanha eleitoral de 2012. No horário eleitoral gratuito o texto dizia "cuidar para ter sempre", referindo-se à coisa pública como um bem coletivo que precisa estar permanentemente em trato. Ruas esburacadas e um patrimônio de uso coletivo abanado como jamais visto preocupam. Aliás, preocupam e enfurecem. As redes sociais tornam-se, então, palco para despejo da revolta popular contra uma administração municipal que pouco engrenou e tem sérios problemas de relação dialógica com a municipalidade. Uma das cenas mostradas por essa população raivosa e que realmente revolta é a que registra o abandono do sistema poliesportivo do Parque das Acácias, entre os blocos de prédios da CDHU. As quadras foram construídas pelo ex-prefeito Romeu Bolfarini, melhoradas em estrutura pelo ex-vice-prefeito João Rosa e abandonadas por Ricardo Pinheiro. Ressalte-se que os funcionários que executam os serviços pela Prefeitura são bons e trabalham conforme as condições oferecidas. Parece haver, definitivamente, uma incapacidade de gestão que mantenha o já existente e planeje o que será realizado.


   IMAGEM DA HISTÓRIA   



TUDO "BI" - Essa foto foi feita por Lúcio Coelho em 1987 e registra, em estúdio, aquele que foi um dos mais respeitados nomes do rádio do Brasil. Nelson Fernandes, o Bentinho, reinou nos inícios de manhãs e finais de tardes na rádio Cultura AM. Recordo-me de ocasiões em que entrevistava artistas como Chitãozinho & Xororó, Sérgio Reis, Roberta Miranda, ou mesmo em diálogo informal como o que mantive, por duas vezes, com Tião Carreiro, na barranca do Paranapanema, e sempre vinha a pergunta: "como está Bentinho?". O baixinho era conhecido e reconhecido por muitos, principalmente por sua capacidade de identificar, na primeira audição, quais músicas de um determinado disco fariam sucesso. Cito como exemplo desse dom de Bentinho o disco intitulado "Planeta Coração", da dupla João Paulo e Daniel, gravado em 1985. Magui, o discotecário, fez, na capa do LP, um círculo sobre o nome da música que dava nome ao disco, pois assim recomendava a gravadora e já tocavam emissoras paulistanas como a Bandeirantes AM. Bentinho, a seu jeito peculiar, chegou à mesa de sonoplastia e definiu: "essa música é uma bosta". Pegou a minha caneta e fez um risco sobre outra música, que deveria, sim, ser tocada em seu programa. Tratava-se de "Paloma" (Ouça aqui), uma adaptação de gravação paraguaia anterior (La Paloma). É claro que Paloma fez muito mais sucesso que Planeta Coração, não só em Assis, mas em todo o Brasil, configurando um dos primeiros sucessos daquela dupla que em 1998 seria golpeada com a fatalidade da morte, trágica, de João Paulo. Assim, Bentinho escreveu uma de muitas páginas da história do rádio brasileiro, acompanhado de seu mascote virtual "Chulipa", que tanto brincou com a imaginação de gerações inteiras no Médio Vale. Sãopaulino, o locutor apoderava-se dos jornais que eu recebia na redação, logo cedo, folheando principalmente o 'pinga-sangue' Notícias Populares. Chegava com seu jeito carismático, bigodinho sempre aparado, e com aquelas minúsculas mãos sentava-se ao lado de minha pesa, volta e meia soltando um ou outro som, resultado dos gases intestinais que, dizia e reconhecia, eram fruto da efervescência provocada durante a madrugada pela pinga que tomaram para encerrar a noite anterior. Terminada a leitura, ali por volta das 9h30 colocava os jornais de qualquer jeito em cima da mesa, cobrava para que eu guardasse os cadernos que tratavam de assuntos relacionados às novelas que tanto curtia, material que leria à tarde, no retorno à emissora, e saía em direção ao final da rua Capitão Francisco Rodrigues Garcia, onde morava. Não sem antes dar aquela piscada e dizer tchau em forma de "Tudo bi, maninho!".

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O meu retorno duas décadas após a Conquista do Oeste, do Paraná

Cláudio Messias*

Segunda-feira passada soube da convocação para matrícula de meu filho no curso de Engenharia de Aquicultura na Universidade Federal do Paraná, campus de Palotina. Como a seleção é feita via SISU, não havíamos precisado ir até aquela cidade paranaense até então. Mas, matrícula é presencial. E para lá nos dirigimos na madrugada de terça, de maneira a chegar ao destino antes das 14h30, horário limite para a convocação dos presentes.

Quando da escolha do curso procurei saber onde fica Palotina. Vi, então, que o município paranaense fica próximo à fronteira com o Paraguai. Mais precisamente, nos arredores de Guaíra. E, por ironia do destino, ao lado de Francisco Alves. A razão para essa 'ironia' a que refiro está no fato de eu ter passado o mais interminável mês de janeiro de minha vida naquela pequena localidade paranaense, lá pelos idos de 1984. Agora, para lá levo um filho meu.

O Oeste do Paraná era, 30 anos atrás, anunciado como o berço do desenvolvimento, em desdobramento ao consagrado Norte Paranaense. O quarteto formado por Cascavel, Toledo, Cianorte e Umuarama surgia sob a expectativa de ser o prolongamento daquilo que Londrina e Maringá haviam, como um relâmpago, iniciado. Fácil, contudo, era fazer aqueles planos. Difícil era convencer que aquele fim de mundo daria alguma coisa. E deu.

Defino como o mais interminável janeiro de minha vida, naquele 1984, porque, aos 14 anos de idade, estava em férias escolares. E para lá fui com um primo paulistano, que visitaria os pais na propriedade rural situada nos arredores de Francisco Alves. Eu estava com minha avó paterna, Florcela, que reencontraria a filha mais velha depois de décadas de separação motivada por problemas e desentendimentos familiares normais em qualquer tribo civilizada. Definição das minhas férias: eu, adolescente, ficando um mês entre idosos.

Naquele início de janeiro de 84 a caminhonete D-10 saiu de Assis antes das 7h00, tal qual fizemos com nosso Siena na terça passada. Uma parada em Pedrinhas Paulista para cumprimentar sei lá quem, outra parada em Arapongas para, veja só, comer arroz, feijão, frango e faroja na praça da igreja matriz e, então, um batidão direto até Chico Viola, apelido homônimo da pequena cidade, em alusão ao cantor homenageado politicamente. Um detalhe que não pode passar em vão: estávamos em três na carroceria coberta da D-10, pois na frente estavam o casal de primos e minha avó. Tenho, até hoje, o cheiro de diesel queimado em minhas narinas e a eterna sensação de náusea provocada por horas a fio vendo o mundo passar em sentido contrário, naquele asfalto que parecia infinito.

Chegamos a Francisco Alves, no sítio de meus tios, pouco antes do pôr do sol. Algo em torno de 19 horas, o que significa dizer que levamos mais de 12 horas naquela viagem. Nessa terça, depois de consultar o Google Maps e todas as referências, supus que teríamos um trajeto menos ácido. Minha teoria estava centrada no fato de o caminho ter Maringá como ponto intermediário e não mais Arapongas, garantia de que o fluxo de tráfego seria bom até ali, uma vez que conheço, e bem, aqueles arredores. Mas, até as proximidades de Guaíra eu só tinha as lembranças do que vi pela capota traseira da D-10, ainda assim em ângulo de 180 graus.

Passamos por Maringá às 8 horas de uma ensolarada manhã de terça. Um erro provocado pelas confusas placas paranaenses e em vez de seguir para Paranavaí, como estávamos, precisamos retornar 20 km e seguirs rumo a Campo Mourão, comprometendo o traçado, no máximo, em 20 minutos. Triste constatação, pois rumo a Paranavaí a rodovia era duplicada, enquanto para Umuarama, nosso primeiro e principal sentido, a pista era simples. Aliás, simples ao ponto de ser humilde ao extremo, com o perdão do trocadilho. Com poucas terceiras faixas de rolamento, ficamos atrás de longínquas filas de caminhões e chegamos a temer pelo horário obrigatório dass 14h30.

Com a velocidade baixa pude contemplar o Oeste conquistado. Umuarama e Cianorte no destaque, sendo a primeira focada no agronegócio e a outra, no vestuário. Cidades do porte de Assis para maior e melhor, com a fama de ser algo em meio ao nada. Mas, que nada? E que fim de mundo é esse de que todos falam? Bom e recomendável usar a borracha ou a tecla "delete' e apagar esse tipo de alusão. Há muito desenvolvimento e qualidade de vida naquela parte do Paraná, favorecidos por uma logística de acesso cada vez mais moderna.

Retomando o trajeto, meu retorno a Francisco Alves foi mais uma coincidência dessa viagem. Como não avistava nas placas o nome da cidade de Palotina, resolvi parar em uma base da polícia rodoviária estadual em Cruzeiro do Oeste, berço eleitoral de Zeca Dirceu, filho do condenado do Mensalão José Dirceu, do PT. Lá, fui informado de que chegando em Francisco Alves faria o trevo, entraria na cidade e seguiria mais 23 quilômetros até Palotina. Estava, àquela altura, a 110 km de meu destino final, às 11 horas da manhã. E pelo cálculo, chegaria à Universidade com mais de uma hora de antecedência do necessário.

Chico Viola agora tem um portal de entrada, com um busto do cantor homônimo. Continua o mesmo pacato município, essencialmente de agricultura familiar. E quando por lá passei nessa semana, além das recordações inevitáveis, também imaginei que o filho não gostaria do que poderíamos ver em Palotina que, ressalto, até não não conhecia. Passadas duas vilas rurais no caminho, que contribuíram para a angústia coletiva dentro do carro, eis que chega Palotina. A partir dali, o que vimos saltou aos olhos.

Palotina tem algo em torno de 30 mil habitantes. Parece cidade planejada, com ruas largas, com pavimento de calçamento ou asfalto e, o que mais impressiona, de uma limpeza impecável. A terra clara - e fraca - contribui para aumentar essa sensação de limpeza urbana, mas isso não fica somente na aparência. Há uma infra-estrutura urbana de qualidade, com um comércio cujo perfil dá mostras do potencial econômico do lugar. No discurso de, por exemplo, funcionários de hotel e restaurantes por onde passamos, a explicação para aquela qualidade toda está no fato de a Universidade Federal do Paraná para lá ter aportado com um campus há mais de duas décadas.

Não sei, realmente, se um campus universitário, que até 2013 tinha como principais cursos os de Agronomia e Medicina Veterinária (Engenharia de Aquicultura foi implantado em 2014), seja capaz de transformar uma localidade dessa forma. O que teorizo, sim, é que há uma economia sólida naquele pedaço de Brasil, com uma agricultura que cresce aos olhos. Para onde se olha percebe-se que aqueles habitantes respiram à base da agropecuária, com uma diversificação de culturas e opções de produção interessantes. Vi, naquele trajeto todo, apenas uma usina de açúcar e álcool e, por conseguinte, poucas lavouras de cana-de-açúcar. Isso por si fala, e muito.

Cumpridos os compromissos de matrícula, retornamos na quarta-feira. A pausa para almoço foi estratégica, em Cianorte. Havíamos, na ida, avistado um dos tantos shoppings atacadistas, à beira da rodovia, e concordamos que ali seria, no retorno, um bom local para a rápida parada. Não sem antes ceder ao apelo visual de, em Cruzeiro do Oeste, comprar panelas que, produzidas ali, são muito baratas (R$ 40 para um jogo de 5 panelas de alumínio e R$ 40 e R$ 25 para panelas de ferro fundido que utilizarei em meu fogão a lenha para fazer, respectivamente, arroz e feijão (esse, re-esquentado).

Não entramos em Cianorte, porém a parada no shopping atacadista de vestuário serviu de parâmetro para dar jus à condição de Capital Nacional do Vestuário. Fabricantes situados em Santa Catarina e demais estados mantêm lojas nesses centros atacadistas de compras de Cianorte, comercializando tanto para quem compra para revender quanto aqueles que consomem para uso próprio. Um filho comprou uma camisa social fina, preta, de mangas longas, por R$ 39, o outro, uma camiseta regata para fazer academia, por R$ 29, e eu, três camisas de gola pólo por R$ 35 cada. Calças e bermudas jeans saíram por R$ 40 a peça, independente de modelo ou cor.

O que chama atenção em minha análise é que essas cidades do Oeste do Paraná encontraram a sua vocação. Cada uma explora o setor da economia que faz seu próprio mundo girar. Nesse bojo, de lugares cravados no fim do mundo as cidades paranaenses inverteram o contexto e chamaram o mundo para frequentar um corredor de desenvolvimento que faz inveja a muita província paulista metida a besta. Comunidades simples, lideranças políticas visível e comprovadamente arrojadas. E não se veem placas de governo ou políticos vangloriando-se por isso ou aquilo, à exceção de um outdoor desse tal Zeca Dirceu anunciando algo relacionado ao que vem politicamente em 2014, o que demonstra que, se por um lado o desenvolvimento é forte, por outro, a Justiça Eleitoral de lá é fraca. Mas esse é outro assunto, para outro tipo de ocasião.

Passei sobre o rio Paranapanema, cruzei, pois, a divisa e voltei a São Paulo. E, logo de cara, lá está a obra de construção da penitenciária de Florínea. E, nessa hora, recordo que houve, um dia, um prefeito que teve a capacidade de ir a São Paulo pedir a construção de mais um presídio para o Médio Vale. Inevitável, pois, fazer menção a essa nossa Sucupira do Vale, cujos caminhos tão buscados, levando ao desenvolvimento, passam por trilhas de cabeças políticas que pedem a vinda de presos, e não de liberdade econômica de uma região visivelmente em eterna busca por sua vocação.


*Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre e doutorando em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Atlético Assisense anuncia patrocinador master para a Segundona'14

Cláudio Messias*

Carlos Antunes Boi antecipou, ontem, uma das ações estratégicas de gestão do Clube Atlético Assisense para a disputa da Segundona do Campeonato Paulista 2014. A novidade é o patrocínio master, ou seja, centralizado em uma só empresa parceira como carro-chefe das ações de marketing. Quem reconheceu o projeto de Boi e a proposta de gestão do futebol profissional do Falcão do Vale é a Multi-Ar ( Conheça a empresa aqui ), especializada no ramo de aparelhos de ar condicionado e de climatizadores de ambientes.

Com o patrocínio master o fornecimento de uniformes e parte do material esportivo do Atlético Assisense estão garantidos. Além disso, a empresa parceira também irá explorar placas de publicidade e os banners de fundo aplicados durante as entrevistas de jogadores, comissão técnica e dirigentes quando de entrevistas a emissoras de TV. Também o espaço utilizado pelo Falcão do Vale nas redes sociais entrará na estratégia de marketing do novo patrocinador.

A Multi-Ar Ar-Condicionado está estabelecida em Assis, onde surgiu em 1989. Desde 2007 a empresa, pertencente ao grupo Gelo Som, mantém loja virtual reconhecida como uma das líderes do segmento e-commerce no setor de ar condicionado e climatizadores de ambiente. Atualmente, a empresa conta com 1.500 colaboradores distribuídos por todo o país e, dado o crescimento da demanda em vendas, já mantém dois centros de distribuição, sendo um no estado de São Paulo e outro em Tocantins. Suas lojas físicas estão instaladas nas cidades de Assis, Marília, Ourinhos, Araçatuba, Presidente Prudente e Ribeirão Preto.

A estratégia de investimento em marketing focando o público de esportes, mais especificamente de futebol, não é nova. O garoto-propaganda da Multi-Ar é o ex-jogador de futebol de Corinthians e Seleção Brasileira, Neto, hoje comentarista e apresentador da TV Bandeirantes. Neto já esteve em Assis, quando, vestindo a camisa do Corinthians, ajudou a vencer o Vocem na inauguração do estádio Tonicão, na década de 1990.

Surpresas - Carlos Antunes Boi e demais diretores do Atlético Assisense devem definir nas próximas horas a data de apresentação do projeto de gestão do Falcão do Vale para a disputa da Segunda Divisão do Paulistão 2014. De uma só vez os dirigentes levarão ao conhecimento da torcida os nomes que irão compor comissão técnica, elenco e time de empresas envolvidas no projeto de futebol profissional.


Foto: Divulgação
Uma das peças em que Neto protagoniza 
campanha da Multi-Ar em 2014


Foto: Divulgação
Banner de campanha da Multi-Ar 
na loja virtual da empresa





*Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre e doutorando em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Atlético Assisense programa pré-temporada da Segundona



Cláudio Messias*

O Clube Atlético Assisense prepara-se para apresentar mais um projeto para a disputa de sua 13ª temporada consecutiva e ininterrupta no futebol profissional de São Paulo. O Falcão do Vale, que em 2013 fez sua segunda melhor campanha na história (a melhor foi capitaneada em 2004 pelo ex-presidente Roberto Amorielli, o Mé), não fala em títulos nem anuncia campanha milagrosa. O lema, segundo Carlos Antunes Boi, presidente, é desenvolver um trabalho profissional, honesto, ético e transparente. Se o acesso à Série A-3 vier, será consequência desses quatro fatores.

Carlos Antunes não pronunciou-se oficial nem publicamente desde que um grupo capitaneado pelo ex-PM Edson Fiúza migrou repentinamente para o projeto de reativação do Vocem, levando consigo parte dos patrocinadores que ajudaram a bancar o projeto de 2013. Em diálogo que mantivemos informalmente nessa sexta-feira, 14, Boi garantiu preferir o silêncio, sua principal característica enquanto gestor do Assisense nesses últimos 8 anos. O atual presidente entende que quem tem, mesmo, de dar declarações e justificativas é justamente a equipe de desertores, como tem ocorrido.

É fato que o Atlético Assisense não ficará sem apoio empresarial em 2014. Carlos Antunes Boi apresentará comissão técnica, jogadores e o novo batalhão de empresas que, com os pés no chão, optaram por acreditar no palpável, e não no fictício. De acordo com o presidente, o anúncio oficial ocorrerá na semana que vem, com a certeza de que haverá surpresas. Boi ressalta que continua com condições de montar um time competitivo, à altura da tradição de Assis, e que o projeto não objetiva somente o calendário futebolístico de 2014.

Nas redes sociais, Boi tem contado com o apoio da torcida, que reconhece o trabalho que articulou em 2013. Há, também, manifestações de solidariedade de jogadores que, revelados pelo trabalho nas categorias de base pelo presidente do clube, lamentam a forma como da noite para o dia o Falcão do Vale ficou sem uma parte de seus apoiadores. São situações e circunstâncias que não chegam ao conhecimento público mas que nessas últimas semanas têm transformado em vergonhoso inferno os bastidores do futebol profissional da cidade.

De minha parte deixei claro, desde janeiro, minha aposta na continuidade do trabalho do Clube Atlético Assisense. Admiro e continuo sendo torcedor do Vocem, porém não concordo com a forma como essa marca do Esquadrão da Fé foi oportunamente apropriada. Acho que já deixei isso bem claro aqui, nesse espaço. 

Sou conhecedor do trabalho de Carlos Antunes Boi desde que este assumiu a presidência do Falcão do Vale. E fui um dos poucos torcedores que nesses anos todos foi ao Tonicão para ver, via de regra, o time da cidade desemprenhar campanhas medianas, em meio a dificuldades que eram do conhecimento de todos. Não digo que Boi seja santo, pois santo nesse universo do futebol profissional não existe ninguém. Só que sou amigo de Boi muito antes da existência do Assisense enquanto clube e se tem uma coisa de que não duvido é de sua honestidade. Daí o motivo para, ao menos em 2014, eu apostar no trabalho do Falcão do Vale. Defendo, portanto, a continuidade do que foi começado.

A única coisa que eu espero é que depois de iniciados os trabalhos de preparação para a disputa da Segundona os dois lados se entendam. Da forma como gestores de Vocem e Assisense estão se odiando, cada qual com seu motivo alegado mas nunca revelado publicamente, não vai demorar muito para que as torcidas dos dois times comecem a rivalizar. 

Mantida a média do ano passado o Falcão do Vale tende a continuar com pelo menos mil torcedores pagando ingressos para vê-lo jogar, números que tendem a aumentar com o avanço do clube nas fases de disputa do torneio da Segundona. E duas mil pessoas com ânimos acirrados, que começam pelo discurso de quem deveria calar e apenas trabalhar, podem gerar situações que mais afastam do que atraem as inúmeras famílias que costumam ir nas manhãs de domingos ao Tonicão.

Ou seja, nesse momento de discurso pela paz nos estádios, é preciso que os dirigentes façam mais e falem menos. Até porque, de tudo que ouvi até agora sobre esse desastroso desentendimento de bastidores, nenhum argumento convenceu-me para mudar minha opinião sobre o que ocorreu, o que está ocorrendo e o que lamentavelmente tende a ocorrer futuramente.


*Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre e doutorando em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.

Primeira frente fria do ano derruba temperaturas em Assis

Cláudio Messias*

Muita gente acordou envolta em lençol na manhã desse sábado, em Assis. A chegada de uma frente fria derrubou os termômetros e pôs fim àquela que considero a pior onda de calor da região desde 1983. Ventiladores e aparelhos de ar condicionado amanheceram desligados e tendem a ficar assim por pelo menos mais duas noites.

A chegada dessa frente fria havia sido anunciada, cá no Blog, durante a semana. Mas, confesso que eu mesmo estava reticente sobre esse clima ameno de sábado. A sensação de calor, com termômetros marcando acima de 35 graus, não davam esperança de que realmente pudesse haver reviravolta no clima. E houve.

Apenas como comparativo, a temperatura média na manhã desse sábado ficou abaixo dos 20 graus. Exatamente uma semana atrás, ao meio-dia, os termômetros marcavam 31 graus, chegando aos 36 graus no meio da tarde. Para hoje, a máxima não deve ultrapassar os 28 graus.

O ar mais frio dessa manhã é resultado de dois fatores climáticos. O primeiro deles já mudou no tempo no decorrer da semana, ou seja, a chegada de uma massar de ar quente e úmido,vinda da Amazônia. Foi ela que colocou fim à estiagem que advinha desde 27 de janeiro. Sua ação, cruzada com a subida de uma massa de ar úmido e frio vindo do Atlântico Sul, provocou chuvas, mas manteve a sensação de calor. Agora, o que está em ação sobre o Sudeste do país é uma massa de ar polar, que chegou ao Rio Grande do Sul ma quarta-feira e fez despencar as temperaturas em Santa Catarina e Paraná.

Com o reposicionamento da Terra em relação ao Sol, o hemisfério Sul começa a ficar caracterizado pela estação de transição entre o calor do verão e o frio do inverno. Dessa forma, o outono tende a começar, em março, caracterizado por climas mais amenos e, o que é pior, por escassez de chuvas. Fatores que favorecem, infelizmente, para novas e mais graves perdas para a agricultura regional, pois o prenúncio é de uma estação das secas rigorosamente sem chuvas. Em contrapartida, com possibilidade de geadas fortes.

Para os próximos dias a previsão é de chuva até domingo e abertura de sol na segunda-feira, quando não deve chover. A chegada de uma segunda frente fria, na terça-feira, pode favorecer a formação de uma zona de convergência entre a umidade da Amazônia e a umidade do Atlântico, implicando em grande concentração de chuvas em forma de pancadas o dia todo, e não mais somente aos finais de tarde.

A temperatura volta a subir, mas sem chegar aos patamares de janeiro e início de fevereiro. As máximas giram em torno dos 31 graus e as mínimas voltam a ficar abaixo dos 20 graus, podendo cair até mesmo para 15 graus.

Com o final do Horário de Verão, hoje, à meia-noite (atrasar os relógios em uma hora), os dias voltam a ficar mais curtos, dada a nova posição da Terra em relação ao Sol. Hoje, por exemplo, o Sol teve alvorada às 6h10 e seu poente ocorrerá às 19h00. No dia 28 de fevereiro o nascer do Sol ocorrerá às 5h17 e o pôr, às 17h51.


O acumulado de chuvas, em Assis, ainda 
não recuperou o déficit hídrico do solo



A temperatura atingiu equilíbrio 
médio desde ontem em Assis


*Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre e doutorando em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.