sábado, 28 de junho de 2014

EU, DA POLTRONA - Felipão, pede para c*g@r e saia

Cláudio Messias*

Você, raro e exceto leitor, é testemunha de meu silêncio. Há exatas três semanas nada posto aqui no blog. Não, necessariamente, por motivos relacionados a Copa do Mundo. Mais precisamente, uma tentativa de livrar minha identidade blogueira do viciante universo do futebol. Não deu. Felipão fez romper o silêncio. Do jeito que está, não dá.

Antes de entrar nos pormenores, vou nos pormaiores. Primeiro, Hulck foi o melhor jogador em campo contra o fraco, mas muito fraco Chile. Que vergonha do Válter, o espanhol, vendo esse medíocre Chile nas oitavas e a Fúria, atual líder do ranking mundial de Seleções, desembarcando em Madrid. Sorte do bigodão sulista, que preferiu vencer Camarões a enfrentar a laranja holandesa. Fosse a Holanda, hoje, e agora estaríamos chorando o suco de laranja derramado.

E, nesse ínterim, que fique registrada a pífia participação da torcida mineira. Meia dúzia de chilenos fez mais barulho do que a ampla e massacrante maioria que, quando muito, cantou o chato e ridículo “eu sou brasileiro com muito orgulho e muito amor”. Pelo amor de Deus, virem o disco dessa merda. Sou brasileiro, tenho orgulho, tenho amor, mas, também, tenho ódio dessa forma única de apoiar a Seleção nas arquibancadas. Que cantem “Brava gente, brasileira, longe vai temor servil...”. Pelo menos, cantaremos nossa comprovada independência do resto do mundo. Nota zero à mineirada, que não perde uma oportunidade de mandar São Paulo tomar no c*, mas vê a paulistada ao menos apoiar a Seleção com mais repertório, assim como o fizeram os cearenses, etc... Quando muito, o Mineirão – pasmem – esbravejou um “eu acredito”. Não, eu não acredito na saída de Felipão, única alternativa para mudar tudo, começando pelo que decidiu o ladrão de medalhas Marin.

Agora, dentro das quatro linhas, o que vi hoje foi a mesma Seleção que venho criticando, aqui, no blog, desde a transição de eras Mano Menezes>Felipão. Quero que um santo torcedor me diga onde está o meio-campo de criação dessa Seleção que está disputando a Copa. Mano tinha Ganso e Ronaldinho Gaúcho. Ah, tá... Felipão tem Oscar. E cadê Oscar contra o péssimo Chile? Sim, a opção seria William.  Ok, William não fez nada na prorrogação e ainda errou uma penalidade de forma infantil, amadora. E a alegria das pernas de Bernard está no meio das pernas de Bernard, para Felipão.

Um festival de incoerências fez o Brasil passar para as quartas de final nessa tarde de sábado. Nós, torcedores, carregamos no rosto o sorriso de velório, naquelas piadas contadas à margem do defunto já em decomposição e só esperando o sepultamento. Comemorar o que com um futebol que tem Jô, o enganador, no ataque. Felipão deve ser míope e, ano passado, confundiu a negra pele de craque de Ronaldinho Gaúcho com a negra pele de perna de pau de Jô, no Atlético Mineiro. Chamou o mais alto, o maior, pois tamanho, no prazer do nosso técnico, parece fazer tanta diferença quanto a alegria que isso proporciona através do meio das pernas.

Parece-me que até ontem Felipão, o burro, tinha dúvidas se colocaria Paulinho, titular, ou Fernandinho, que com sorte fez um gol contra os ‘perigosos’ Camarões. Optou pelo segundo, mas, quando viu que não daria certo, trocou esse por... Ramires. Oras bolas, o que foi aquilo? Se Fernandinho substituiu Paulinho e não deu certo, por que entrou Ramires? E o que fez Ramires no jogo todo quando esteve em campo? Respondo: somou-se a Jô e apenas esboçou um esforço para mudar a realidade em que o Chile, rezando pelas penalidades, administrou o jogo com – pasmem – mais de 60% de posse de bola.

Continuo advertindo que desde a convocação para a Copa Felipão olha para o banco de reservas e vê mais-do-mesmo. Se tira Fred, coloca Jô. Se sacrifica Oscar, coloca William. Se tira um volante, coloca Ramires ou Hernandes. E quando não tem um meio de campo criativo, talvez recorde-se que deixou Ganso, Lucas e Ronaldinho Gaúcho fora de sua lista. Sorte nossa que David Luiz, o ídolo, sobressaiu-se à lesão e entrou em campo, livrando-nos do risco de ver Henrique entrar. Sim, o Felipão de hoje corria o risco de colocar Henrique e não Dante.

O resultado disso tudo pôde ser visto imediatamente após as cobranças de penalidades. Basta olhar as imagens para ver que os jogadores titulares e reservas correram para o centro de campo para comemorar a vergonhosa vitória nos pênaltis sobre o choroso Chile. Ninguém, mas absolutamente ninguém foi abraçar, primeiro, Felipão ou sua bola esquerda chamada Murtosa. Parreira, com aquele sorriso plastificado, ficou com cara de bobo procurando mariposas por abraçar.

Agora, chegou o momento que eu aguardava para essa Copa. Repito, entrei na rotina de reativação do Blog antes, por não suportar essa fraqueza da nossa comissão técnica. Minha intenção era voltar exatamente nas quartas-de-final, uma vez que muito antes do início da competição eu já imaginava que desse estágio não passaríamos. Triste ver a Seleção anfitriã assistir a uma festa de meia dúzia de chilenos em um Mineirão calado. Hoje, torcida e jogadores foram farinha do mesmo saco. Apáticos, sem sangue nos olhos. Nem vou entrar no detalhe de Valdívia, craque, ter ficado no banco e sequer aparecer nos relacionados adversários, o que poderia ter feito a diferença.

Seria acreditar demais que um técnico jogasse a toalha em plenas oitavas de final e deixasse uma Seleção que representa o país que sedia um mundial de futebol. Como isso, eu sei, não vai acontecer, fica aqui a utopia de acreditar que haverá uma mudança significativa. Basta olharmos e vermos quem são nossos destaques no jogo de hoje. Júlio César está quites com o orgulho nacional 4 anos depois, da mesma forma que Hulck, o verde, correu por 9 jogadores de linha nos 120 minutos em que a bola formalmente rolou. Neymar, esforçado, joga isolado e não recebe a bola com qualidade. Seu colega de formação no Santos, Ganso, foi preterido pela comissão técnica, mesmo sendo um dos melhores meias do futebol mundial na atualidade.

Definitivamente, agora entendo que em 2002 foram Ronaldo e Rivaldo que nos deram o penta. E se depender de Felipão e sua comissão técnica, daremos vexame contra Colômbia ou Uruguai. Temos time, temos técnica, mas não temos comandante à altura de um título importante como o de uma Copa do Mundo realizada em nossa casa. Fora, Felipão. E depois não me acusem de oportunismo na crítica, pois por mim o comando ainda estaria com Mano Menezes. Jamais me iludi com a Copa das Confederações nem com as incoerências desse comando das camisas amarelas.


*Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre e doutorando em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

EU, DA POLTRONA – Croácia soube entender o Brasil, mas não compreender


Cláudio Messias*

Esperei passar o primeiro jogo, da zica, para me posicionar sobre a Seleção de Felipão. Não emiti opinião desde a convocação, para não correr o risco de gorar o patrimônio futebolístico nacional. Agora, passado o susto, entro logo de cara nos detalhes que implicam na composição do elenco que há dias está na Granja Komari. É chato, porém necessário. Lá na frente, daqui a pelo menos 4 jogos e no máximo 7 confrontos, esse fator terá peso.

Na minha Seleção existe uma dupla que é gêmea siamesa. Se Neymar é o futuro melhor jogador do mundo, Ganso já é o melhor meia de armação em atuação no futebol brasileiro. Oscar é ótimo, concordo, mas Ganso seria o seu substituto imediato, e não William. Revejamos o que Neymar e Ganso já produziram juntos e chegaremos à conclusão de que o brilho das pernas de Bernard está mais para efeito de depilação do que de qualquer tipo de alegria. Se fosse isso, Ganso e Neymar dão felicidade ao futebol e pronto. Quatro anos atr[as chamávamos Dunga de burro por não ter levado Neymar e Ganso à África do Sul.

Felipão ignorou que há, no Brasil, em franca atuação, um meia que já levou para casa o título de melhor jogador do mundo, atribuição da dona Fifa. Se não quis levar Ganso, que tivesse levado Ronaldinho Gaúcho. Pirlo, da Itália, anunciou a aposentadoria após o Mundial de Seleções da Fifa. É mais velho que Ronaldinho, com quem esteve no espetáculo de 2002, na Copa da Alemanha. Naquele primeiro título de Felipão havia alegria, brilho, nas pernas do dentuço. Uma alegria e uma felicidade que transcenderam o comum com o hit “deixe a vida me levar”, nop pandeiro do craque.

Por fim, terminado o jogo inaugural dessa primeira rodada da Copa eu comentava com meu filho, via torpedos de celular, sobre uma situação inusitada. Felipão tirou Hulck e colocou Bernard. Tudo bem, o campinagrandense daqui, de minha terra, não estava bem. Mas, Bernard entrou e nada mudou taticamente. Então, fico elucubrando: e se a Seleção tivesse Lucas no banco¿ Pois é. Ele não está nem convocado. E na minha opinião faria o inferno na defesa da Croácia, pois foi o trio Neymar, Oscar e Lucas que deu ao Brasil o título Sul-americano de 2010, motivo da cobrança por uma convocação de Dunga para a Copa da África do Sul.

Chorar leite derramado, uma hora dessa, é comportamento vão. Até porque o Brasil fez sonoro 3x1 na Croácia e estamos com a sensação de que está tudo bem. Ignoramos que durante a semana o treinador croata e seus craques vociferaram sobre os defeitos que, presentes no frágil sistema tático de Felipão, eram passíveis de ser explorados nessa tarde de Dia dos Namorados. A cada telejornal em que o primeiro gol da Copa, da Croácia, foi marcado, observemos nas costas de quem acontece a jogada que dá origem ao lance. Como complemento, busquemos na memória que segundo os croatas os meios-de-campo de Brasil e Croácia se equivalem e que seria pelos flancos, pelas laterais, pelas extremidades, o aproveitamento de fragilidades observadas em Daniel Alves e Marcelo.

No replay, a Croácia rouba a bola onde¿, sim, no meio do campo. E avança pela esquerda, nas costas de Dani Alves. De forma patética a bola vai passando pela competente defesa brasileira até resvalar, acidentalmente, no pé de Marcelo. Falha de Daniel Alves, mancada de Daniel Alves. Os dois laterais, antecipadamente declarados como alvo da Croácia, falharam e calaram com um silêncio que começou na Arena Corinthians e ecoou Amazônia afora. Sim, raro e exceto leitor, nossos adversários sabem entendem o nosso futebol. Difícil, porém, é compreender-nos. E a Croácia não compreendeu.

O placar final de 3x1 é injusto pelo que foi o jogo. Antes, no bolão, eu havia apostado em 1x1. Felizmente, perdi. Mas, no resumo geral vi uma Croácia que lutará pela segunda colocação do grupo, podendo estar à frente até mesmo do México. Camarões é, sempre, uma loteria. E no fundamento gol, justíssimo o primeiro, de Neymar, que chutou fraco, mas consciente. O futuro melhor jogador do mundo quis colocar a bola naquele canto. Errou, apenas, no jeito de bater na bola. Alguma dúvida de que na Copa de 2018 ele colocaria essa bola, com efeito, no canto superior esquerdo¿

Não foi pênalti em Fred e, portanto, se a cobrança de Neymar tivesse parado nas mãos do goleiro croata teria sido feita a justiça do futebol. Magoaríamos, mas terminaríamos a noite sorrindo da mesma forma, pois Oscar fez o que é raro. Digo isso porque somente quem é craque sabe fazer gol de bico bonito. Oscar tinha que chutar, mesmo, de bico, para pegar o goleiro adversário sem tempo suficiente para cair e defender. Creio que esse terceiro gol, que sacramentou o placar definitivo e eliminou a choradeira croata contra a péssima arbitragem japonesa escalada pela Fifa, será repetido e eternizado pela história das Copas, dada a genialidade da visão de jogo de Oscar. Tem muito jogador que daqui, de fora da área, tentaria cortar o zagueiro pelo meio e, ao chutar, consagraria o goleiro adversário, que taparia o ângulo.

A cada substituição feita por Felipão nos 90 minutos eu observava as opções de banco e dizia comigo mesmo: meu Deus. Ter Jô como opção a Fred é de chorar. Felipão olhou para o Atlético Mineiro e viu Bernard e Jô. Só faltou levar Cuca para ser seu auxiliar técnico. Ignorou Ronaldinho Gaúcho para levar essa dupla que até jogou alguma coisa na Copa das Confederações. Mas, Copa das Confederações e campeonato estadual são a mesma coisa. Rendem boas disputas mas não valem nem o cachorro-quente que se come. É como ser eleito síndico do condomínio e já sentir-se vereador eleito.

Daquela Seleção de um ano atrás vejo Luiz Gustavo calando minha boca. Não é melhor que Fernando, cuja falta de visibilidade o colocou no ostracismo de tal forma que, agora, nesse momento, nem sei em que time encontra-se. Quando estava no Grêmio só não era melhor volante que Paulinho, apesar de as posições serem inversas (é mais defensor, enquanto Paulinho, Hernandes e Ramirez são mais armadores). Mas, Luiz Gustavo tem algo a mais do que aquele ridículo bigode da década de 1920, que faz lembrar Ataulfo Alves. Equilibrado, é ótimo marcador, comete menos falta que seus concorrentes e é um Einstein se comparado a Felipe Melo, o troglodita.

Vi Kaká na beira do gramado e realmente, nessa Seleção, com a ausência de Ganso e Lucas, o menino bonitinho só poderia, mesmo, estar ali, na beira do gramado, pegando bolas. É cria da enganação que, partindo de Galvão Bueno e Casagrande, o péssimo, um dia fez o Brasil acreditar que haveria um tal quadrilátero fantástico. Até que o Brasil caiu realmente de 4 quando Roberto Carlos baixou para ajeitar o meião e quando ergueu a cabeça a França estava classificada e o Brasil, voltando para casa, desde a Alemanha. O mesmo quarteto fantástico que afundou Ronaldinho Gaúcho, pois colocou dois jogadores da mesma função – ele e Kaká - para se matar, em credibilidade, no mesmo espaço de gramado. Só na cabeça de Galvão Bueno, que tem barulho de carburador, aquilo era viável.

O goleiro Júlio César não comprometeu, mas também não foi tão exigido. Entendo que o goleiro croata tenha sido mais exigido com jogadas de gol real. Sobre a defesa como um todo, sem comentários. David Luiz e Thiago Silva são os melhores em atuação na Europa. E contam com a guarnição perfeita de Luiz Gustavo e Paulinho, que fecham o meio e dão fundamento às pertinentes observações preliminares da Croácia. O negócio fica comprometido quando Daniel Alves, que já não é mais o mesmo – e isso é normal –, e Marcelo falham. Repito: revejamos o gol croata e perceberemos o quão frágil estão nos nossos flancos.

Afora isso tudo, lamento que Hulck tenha sido pouco explorado. Tem explosão muscular, volta para marcar, é guerreiro e sabe bater na bola. A questão é que nesse sistema tático do Felipão, de 4>2>3>1, Hulck joga ao lado de Neymar e Oscar, mas como ajuda na proteção para as investidas de Paulinho, quando recebe a bola não tem condições de finalização. E trata-se de um atacante, que poderia estar ao lado de Fred na frente, desde que Paulinho não fosse um volante de armação com incumbência de finalização. Até porque o saldo, hoje, foi Paulinho tendo mais chances de finalização que Hulck.

Fred, apesar de lento, é um mal necessário. Ainda mais em uma Seleção que apresenta, no banco, a opção de Jô, que representa troca de seis por meia dúzia. Há poucos centroavantes em atuação no Brasil. E Fred é, de sobra, o melhor deles. Minha segunda opção seria Leandro Damião, mas isso representaria igual troca de nada por coisa nenhuma. Digo isso porque, repito, um ataque com Neymar, Lucas e Oscar, com Ganso armando pelo meio, caberia perfeitamente como segunda opção caso Fred não entrasse bem nos confrontos. Enfim, Fred, pelo que fez e tem feito nos últimos 4 anos, é merecedor da camisa 9.

Felipão continua não escapando da minha crítica. Sim, reconheço que seja melhor opção em relação a Mano Menezes, pelo que produziu em tão pouco tempo de comando. Mas, falou hoje e foi salvo por ocasiões individuais. A Seleção nada melhorou com as alterações feitas pelo treinador. E se Neymar fez gol em pênalti duvidoso, Oscar selou o placar de 3x1 mediante uso de sua individualidade e genialidade. As saídas de Hulck e Paulinho reduziram o potencial marcador do time. Basta ver que Hernandes, que sempre passa peças em Copa, levou cartão amarelo em menos de 15 minutos dentro de campo, ao passo que Paulinho saiu do jogo sem punição.

Terça-feira a Seleção joga suas cartas contra um adversário a meu ver mais frágil que a Croácia. Continuo vendo os croatas como uma das forças futuras do futebol, pela competência com que entendem taticamente seus adversários e pela força com que assumem seus jogos. Não vai demorar muito e começarão a ganhar títulos na Europa, passo inicial que seleções como a de Portugal galgaram. Portugueses treinador pelo mesmo teimoso Felipão, hoje incapaz de ver que seus adversários o entendem o suficiente para neutralizá-lo taticamente. O que sobra ao treinador brasileiro é, tal qual Mano Menezes, fica à beira do gramado mais preocupado em reclamar de arbitragem do que necessariamente corrigir seu time.

O México depende de nomes isolados para sonhar com uma boa Copa. Tende a tomar sustos contra Camarões amanhã. Prefiro, pois, aguardar esse confronto para dizer sobre as chances de cada uma das três seleções ocupar a segunda colocação do grupo, atrás do Brasil. Com a derrota da Croácia, hoje, o México pode ser uma das classificadas. Dependerá, pois, do confronto direto que terá com os croatas na segunda rodada, semana que vem. Meu palpite no bolão, para amanhã, é México 2x2 Camarões.

*Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre e doutorando em Ciências da Comunicação pela ECA-USP.


**Excepcionalmente, dentro da política de concessão do Google, esse texto e os demais que levam a assinatura “Eu, da poltrona” podem ser replicados por Blogs parceiros e sites que mantiveram contato anterior.

FISCALIZAÇÃO ELETRÔNICA – 15JUN



FORA DO AR
Uma semana de apartamento novo aqui em Campina Grande e continuo sem internet. A GVT não tem como passar o cabeamento nos dutos do prédio, já superlotados. Assinei, nesse ínterim, os serviços de modem da Tim e da Claro, mas como moro no térreo e há dezenas de blocos de prédios no condomínio, o sinal chega insuficiente. Uma loteria, pois, saber em que horário, em  qual local do apartamento e por quanto tempo haverá conexão.

MORRER NA PRAIA
Acordos feitos com outros blogueiros que cobrem futebol aqui, no Blogger do Google, e com parceiros de grupos de comunicação não puderam ser cumpridos, exatamente no momento mais crucial da coluna “Eu, da poltrona”. Escrevi, porém não consegui postar as análises dos jogos de Brasil, Holanda e Itália, escolhidos para assistir, na íntegra, dentro das minhas possibilidades profissionais.

AVANTE
Meu Campinense está no quadrangular final do Paraibano 2014. Nesse domingo recebe, no estádio Amigão, às 17 horas, o Auto Esporte, de João Pessoa. Campeonato bagunçado, vindo de uma Federação cuja presidente teve o ‘eterno’ mandado de décadas quebrado pela Justiça Comum. Um dos únicos do mundo que continuam concomitante à Copa. Estranho.

LIMPEZA
E para quem acha que campeonato estadual não tem peso, o Treze, daqui de Campina, provou o contrário. Foi eliminado pela combinação de resultados, na quarta-feira passada, e agora continua somente na Série C do Brasileirão 2014. No dia seguinte à eliminação, o clube dispensou 14 jogadores. E já anunciou reforços. Além do Paraibano, o Treze começou 2014 disputando a Copa do Brasil e a Série C.

BEICINHO
O ‘off’ que caracteriza dropes como esse, do Fiscalização Eletrônica, vem de informações oficiosas, que comprovam-se ou não enquanto fatos. No antagonismo da comunicação, agradam uma parte, desagradam outra. Inegável, contudo, que mostram um tipo de realidade que, fora das pautas, atrai a atenção da audiência. Há dropes que jamais tornar-se-ão notícia, da mesma forma que outros, com o tempo, ganharão manchetes na mídia.

BEIÇÃO
Nos dropes da coluna “Eu, da escuta” houve, na semana passada, quem reclamasse dos dois lados dos clubes de Assis. Como somente o Atlético Assisense manteve, desde o início do ano, feedback comigo, novamente o pedido de esclarecimento foi feito pela diretoria do Falcão do Vale. Mé, da equipe de gestão, garantiu não haver nenhum tipo de negociação com a cervejaria Malta, em respeito ao contrato mantido com a Ambev, que estampa uma marca de refrigerante no uniforme do time. Sobre as demais postagens, nenhuma contestação feita.

PROJETO
Para a Segunda Fase da Segundona 2014 o Atlético Assisense planeja manter a base do time que, no tapetão, conseguiu a classificação. De novo, como foi feito em 2013, contato com jogadores que se destacaram em clubes já eliminados no torneio. E, agora, com o apoio garantido do patrocinador máster. Basta relembrar que o volante Fernando, destaque na reta final do Falcão do Vale no ano passado, disputou a Primeira Fase no Osvaldo Cruz e, depois de passado o campeonato, acertou contrato com o Atlético Sorocaba e disputou a A-1.

PROJETO II
A classificação via tapetão, do Atlético Assisense, frustrou os planos de assédio de dirigentes que queriam ver jogadores que antes vestiam azul e branco passando a trajar outras duas cores na Segunda Fase. Cartolas que falam em ética e transparência ignoram os valores que só encostam nas pontas de suas línguas e, nas últimas semanas, fizeram propostas faraônicas para que atletas do Falcão do Vale assinassem a transferência. Vã tentativa de melhorar buscando o que há de melhor.

DESCRÉDITO
Sobre minha desconfiança com a Federação Paulista de Futebol, ela jamais deixou de existir. Sempre fui reticente com a instituição, por situações obscuras que marcaram os torneios que acompanhei como jornalista em quase três décadas. Nada, porém, contra canais que detêm a minha credibilidade na mesma instituição. Um deles é a Ouvidoria, que sempre me atendeu, na medida do possível, dentro daquilo que solicitei de informação.

CRÉDITO
O feedback, tão necessário nos processos comunicacionais formais, sempre existiu entre mim e a Ouvidoria da FPF. Basta ver o processo em que o Atlético Assisense foi punido – e multado – por ter produzido os tais ingressos ‘brancos’ no derby contra o outro time de Assis. O TJD só soube e julgou o caso porque a caracterização da produção paralela de bilhetes foi configurada em postagem feita cá, no Blog. Alguns mais ou menos beiçudos vão dizer que eu prejudiquei meu próprio time, uma vez que não escondo de ninguém que em Assis sou Falcão do Vale. Na leitura do TJD, porém, quem errou foi, exatamente, aquele que considerou normal mandar confeccionar ingressos em gráfica sem autorização da Federação.

ENFIM
Encerrando assuntos relacionados ao futebol de Assis, é consenso entre mim e meus canais na Federação que eventual postagem comprovando situação de jogador irregular do outro time de Assis, no jogo inaugural do campeonato da Segundona, seria suficiente para, igualmente, haver formalização do caso e, assim, a pauta chegar ao TJD. E como eu soube do caso através de fontes vindas de outros clubes da mesma chave, ou seja, do Grupo 1, entendi a circunstância como ‘plantio’ de denúncia e, vacinado, não fiz a postagem no Blog.

ENFIM II
Segundo fontes na Federação, ao contrário do que se especulou, na realidade não houve denúncia alguma relacionada ao caso. Ou seja, enquanto dirigentes choravam na tentativa de haver um defunto no episódio, ninguém, na prática, teve a coragem de abraçar o caso. O motivo: tendência de haver, mesmo, a eliminação só do Osvaldo Cruz no grupo, pelo tapetão. Com isso, as únicas modificações possíveis ocorreriam na posição dos três classificados que somavam-se ao Grêmio Prudente na passagem para a Segunda Fase. Para bom entendedor, mesmo sabendo da existência da irregularidade e tendo todos os elementos para, igual ao caso do ingresso branco, evidenciar os elementos de uma denúncia no TJD, optei por não fazê-lo. Torcer para o Falcão do Vale não significa que eu queira o mal para o outro clube. Afinal, clube é dedo, dirigentes são anéis.

PÉ FRIO
Estou participando de um Bolão da Copa com amigos de Assis. Fiz as apostas e enviei ao amigo que está fazendo a gestão. De 9 jogos realizados até esse momento só acertei 2 resultados, ainda assim errando o placar exato. Danado esse Mundial de seleções, que surpreende pela quantia de gols marcados (média acima de 3 gols por jogo). Há pouco o Equador salvava-me do vexame pior, mas numa dessas lições que o futebol dá, não marcou o gol claro que surgiu nos acréscimos finais e tomou o contra-ataque no mesmo lance para sofrer o tento da derrota por 2x1, intervendo o placar que eu havia apostado para o confronto.

ANÁLISE
Primeira rodada de Copa do Mundo não representa muita coisa, todos sabemos. Mas, dentro das perspectivas que tracei para esse Mundial um prognóstico se confirma. Vejo a Holanda avançando no grupo de elite das seleções mundiais desde 1994. E se a Espanha já comprovadamente deixou o estandarte de melhor do mundo, não tenho dúvidas de que a Holanda assume esse patamar. Azar do Brasil cruzar com eles antes de chegar à Final.

ANÁLISE II
Dos países sul-americanos, a meu ver, somente a Argentina duela com o Brasil em condições de avançar. E isso tudo ainda dependerá mais do sucesso de DiMaria do que necessariamente do badalado Messi. Esses dois jogadores atuando na plenitude de seu futebol colocam a Argentina como favorita a uma final, que pode, inclusive, ser contra o Brasil. Vejo, antes da Argentina, futebol na já comentada Holanda e, também, na Alemanha e na Inglaterra. Espanha, França e Itália ficam em um grupo somente intermediário.


FESTA
Começou no dia 6 o Maior São João do Mundo, aqui em Campina Grande. A festa estende-se até o dia 6 de julho no Parque do Povo. Algumas noites podem atrair, na média geral do dia, até 200 mil visitantes. Acompanhei a instalação de todo o circo do festejo que para a Princesa da Borborema, denominação carinhosa que a Paraíba dá a Campina. E fiquei impressionado com os relatos que recebi dos ‘homens de baixo’, ou seja, sujeitos sócio-históricos que participam da instalação da imensa estrutura que viabiliza a festa.

FESTA II
Foram instalados 120 quiosques na área externa da estrutura de shows. Nesses espaços são comercializadas bebidas, espetinhos, lanches e outros tipos de comida típica. Engana-se quem pensa que essa área externa fique fora do Parque do Povo. Não. Fica dentro do recinto. E no ‘interior’ da infraestrutura ficam outros 300 pontos comerciais, esses sim autorizados a vender comida com acomodação em mesas e cadeiras. Esses, pois, são os barraqueiros, enquanto os outros, de fora, são ambulantes.

FESTA III
Um ambulante paga, para a Prefeitura, taxa de R$ 70 para vender na área externa durante os 30 dias de São João. Na área interna, dependendo do tamanho do ponto comercial, essa taxa de concessão varia de R$ 300 a até R$ 10 mil. Por meio de licitação são feitas concessões maiores, como a que dá à Ambev a exclusividade de comercialização de bebidas alcoólicas e não-alcoólicas. Nesses casos, as empresas vencedoras comprometem-se a pagar o cachê cobrado pelas principais atrações artísticas.

FESTA IV
Nem tudo, porém, é aceito pela comissão formada pelos patrocinadores cuja concessão é vencida em licitação. Fala-se em um pedido de R$ 250 mil por uma noite de apresentação da banda Calcinha Preta. Não passou. Artistas de renome equivalente como Léo Marques, Elba Ramalho, Fágner e Skank cobram pouco mais da metade disso.

HEGEMONIA
O músico Luan, que levou o nome de Campina Grande ao circuito nacional através do programa Superstar, da Globo, era anônimo somente fora daqui. Cá, na cidade, ele era visto, somente, como filho de um dos mais tradicionais fabricantes de sanfona do país. Bom menino, cantor razoável, mas nada além disso. Volta para a terrinha, depois da participação no programa, com uma fama que precisa condizer, ainda, à sua condição de músico popular em formação. Tem feito mais de um show por dia nas últimas semanas, ou seja, tem agenda lotada.

CONTRA-HEGEMONIA
Aqui, no São João, Luan ainda é um nome a ser consagrado. Já tocou no ForróFest, evento organizado pela TV Paraíba, afiliada da Globo para a Paraíba, preliminar ao Maior São João do Mundo. Nesse evento, várias etapas classificatórias são realizadas em cidades do interior, reunindo cantores e bandas de forró anônimos. A final acontece no Parque do Povo, na véspera da abertura do São João. Luan tocou nessa noite, ocasião em que há mais torcida para os grupos finalistas do que necessariamente quem esteja interessado no artista convidado.

EXEMPLOS
Não há cobrança de ingressos para entrar no Maior São João do Mundo. Impossível, porém, entrar no recinto sem passar pelas três portarias oficiais. Ali, são feitas revistas por equipes de segurança terceirizadas, sob fiscalização da Polícia Militar. Mesmo o setor de camarotes, mais uma fonte geradora de receitas para a Prefeitura, tem o acesso controlado por intermédio dessas três portarias principais. Ou seja, é possível, sim, organizar um evento e não cobrar ingressos de acesso.

EXCEÇÕES
Apesar da rigidez na fiscalização a violência dentro do Parque do Povo durante o Maior São João do Mundo faz gerar, diariamente, manchetes nos noticiários policiais. Há pelo menos uma ocorrência por noite envolvendo esfaqueamento. Na noite de quinta, dia 12, uma das vítimas não resistiu aos ferimentos e chegou ao Hospital de Traumas já morto. Não há sequer suspeito para o crime.

PRECAUÇÃO
Acompanhei por dois meses os preparativos para o Maior São João do Mundo. É que o Parque do Povo ficava no meio do trajeto entre o apartamento onde eu residia, no bairro Monte Santo, e o Açude Velho, principal ponto turístico de Campina Grande e local que, numa espécie de Parque Buracão, é apropriado para a prática de exercícios físicos leves. E, claro, ir à maior festa popular da Paraíba estava nos meus planos. Porém, mudei de apartamento exatamente no dia de abertura do São João.

PRECAUÇÃO II
Agora, estou morando no bairro Bodocongó, que fica no sentido anverso ao do Açude Velho. A logística de locomoção mudou totalmente e, assim, ao passo em que fiquei mais próximo da Universidade Federal de Campina Grande, dobrei a distância em relação ao Parque do Povo. Resultado: deixei para visitar a festa do forró, à noite, quando retornar de minha viagem a Assis. Ficarei fora, pois, durante o ápice dos festejos, daqui a duas semanas, quando Campina Grande decreta feriado municipal no dia 24 de junho, dia de São João, mas praticamente para durante a semana inteira.

PRECAUÇÃO III
Temendo essas situações iniciais de violência tenho ido ao Maior São João do Mundo durante o dia. Não é a mesma coisa, claro, pois as cores da festa são mais nítidas à noite. Diria que 30% do recinto funcionam enquanto há sol, aos finais de semana, aguardando a chegada da noite para a plenitude. E se não há buchada de bode, cabeça-de-galo, escondidinho ou arrumadinho de carne-de-sol para comer, não faltam espetinhos que, na ampla variedade de carnes disponível, só não trazem, literalmente, o gato no cardápio. Ao menos pelo se saiba.

NO AR
O serviço de atendimento ao cliente da Azul confirmou que na viagem de retorno a Presidente Prudente nós, passageiros que embarcamos em Campina Grande com destino a Viracopos, em Campinas, poderemos acompanhar, pela operadora Sky, o jogo Brasil x México. É que as aeronaves Embraer, da companhia, passaram por completa revisão do sistema de recepção via satélite, justamente visando à Copa do Mundo. Assim, verei ao segundo jogo da Seleção no trajeto entre Petrolina e Belo Horizonte. No aeroporto de Confins assistirei ao segundo tempo.

SOBE E DESCE
A Azul está sendo a companhia aérea mais procurada pelos passageiros que estão em trânsito pela Copa do Mundo de 2014. E Campina Grande, o ponto de cruzamento de rotas mais acionado do país.  Mais de 20 voos extras têm passado pelo aeroporto João Suassuna todos os dias. É o maior volume do país nesse Mundial, pois Campina acaba tornando-se rota de passagem tanto para torcedores estrangeiros ou brasileiros como para turistas que querem aproveitar dois eventos concomitantemente: Copa e São João.

OUTRO BRASIL
Muitos amigos e parentes têm perguntado como é viver em Campina Grande. Minha resposta tem mudado muito. Aqui cheguei, em finais de março, com temperatura de 35 graus durante o dia e a tradicional queda de temperatura à noite, características que alguns pesquisadores definem como ‘desertificação’ do sertão. E a noite começa a aparecer depois das 16 horas, quando o sol, digamos, ‘esfria’. Sim, o anoitecer vem muito rápido nessa parte extrema do leste brasileiro.

OUTRO BRASIL II
Com um mês de moradia em Campina já percebi mudança no clima. A chuvarada que se inicia em maio trouxe uma sensação térmica interessante. Abafamento dentro de casa e uma garoa que lembra, em muitos detalhes, a paulistana de verão. Termômetros sempre acima dos 30 graus durante o dia, só que as noites cada vez mais frias. E o mais interessante nisso: o dia começa antes das 5h00 aqui, o que faz com que às 7h00 já haja calor. Usar lençol e manta fina, portanto, só entre meia-noite e no máximo 6h00, a partir de quando o dia esquenta, literalmente.

OUTRO BRASIL III
Nesse cenário de contrastes o que vejo são paraibanos não sentindo o calor que me atinge durante o dia, e eu, não sentindo o frio que eles sentem durante a noite. Professor totalmente suado logo às 8h00 e alunos com blusas nas aulas da noite. O frio que eles sentem eu não sinto, e o calor que me afeta não os atinge.

OUTRO BRASIL IV
Hoje, domingo, o dia amanheceu chuvoso, como estava ontem. Termômetro nos 30 graus, mas vindo de uma madrugada em que pela primeira vez precisei colocar uma manta fina para proteger do frio. Fez 15 graus dentro do apartamento, mas a brisa da madrugada proporcionava sensação térmica de pelo menos 12 graus.

CÁ ENTRE NÓS...
... por que não forma-se uma comissão de políticos e empresários de Assis para vir a Campina Grande e conhecer a estrutura de gestão do Maior São João do Mundo¿ Aqui, a identidade cultural prevalece, em detrimento da cada vez mais hegemônica marca do evento. De minha parte, entendo que o evento promovido pela Aprumar esteja o mais próximo da proposta que há 3 décadas dá certo aqui, na capital nacional do forró.

IMAGEM(NS) DA SEMANA




FESTANÇA – O Maior São João do Mundo remete a uma festa que é realizada há 31 anos consecutivos. Aqui, mais importante do que destacar XXXI é dar foco à manifestação popular presente nos festejos. Torneios de quadrilha junina são realizados semanalmente, ao passo em que os frequentadores do Parque do Povo, recinto de realização do evento, podem, sim, consumir o que há de mais tradicional na comida paraibana, enfim, no vasto cardápio nordestino. As ilhas de forró distribuídas pelas vilas internas fazem com que se dance o quanto quiser. Há informação sobre ilha de forró que amanhece o dia, principalmente aos finais de semana. Aqueles que não são adeptos de dançar forró podem, além de consumir em bares e restaurantes, assistir aos shows que ocorrem no palco principal e, também, na pirâmide, grandiosa estrutura fixa que recebe as competições entre quadrilhas juninas mas, também, acolhe shows musicais de artistas da região.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

EU, DA ESCUTA - TJD ainda pode trazer surpresas


MISTÉRIOS
O Bandeirante tentou acionar o Vocem no TJD, na semana passada. Ficou somente na tentativa. Não conseguiu cobrar o clube de Assis pela duplicidade de inscrição do jogador A.S.S. O atleta apareceu com um registro no jogo contra o Presidente Prudente e com outro no confronto seguinte, nas duas primeiras rodadas da Segundona 2014. Perda de, no mínimo, 6 pontos. Desde que o TJD tivesse acatado a denúncia e submetido-a a apreciação. Não foi o que ocorreu.

MISTÉRIOS II
O que surpreendeu a todos foi a passividade do Presidente Prudente diante dessa situação. Afinal, o clube prudentino foi derrotado naquele confronto inaugural do campeonato, contra o Vocem, e poderia, no TJD, obter os 3 pontos, já que saiu de campo derrotado. Vale ressaltar que foi o mesmo Presidente Prudente quem denunciou o Osvaldo Cruz, que anteontem perdeu 6 pontos no Tribunal de Justiça Desportiva. Na prática, mesmo com esses novos 3 pontos, o time prudentino não atingiria a pontuação mínima de 13 pontos, obtida pelo Atlético Assisense, para chegar à Segunda Fase.

MISTÉRIOS III
O Bandeirante, que não teve denúncia acatada pelo TJD, venceu o até então invicto Grêmio Prudente, em pleno estádio Prudentão, na última rodada (1x2). E, com isso, ficou na segunda colocação isolada do grupo 1, carimbando passagem para a Segunda Fase, na bola. E eu continuo não acreditando nem um pouco nesse TJD.

LÓGICA
Lá no primeiro turno eu postei, aqui nesse espaço, que um clube precisaria de 13 pontos para passar para a Segunda Fase. Alguns ‘desinteligentes’ questionaram, nos comentários, esse cálculo. A esses acéfalos, uma recomendação: observem a pontuação dos clubes que classificaram como quartos colocados. E, a partir de agora, passem a entender melhor o que é a Segunda Divisão. Eu, de meu humilde lugar, cubro esse torneio, como jornalista, desde 1985.

TRANSPARÊNCIA
A viagem do empresário que detém a condição de patrocinador máster do Atlético Assisense a Birigui, na penúltima rodada da Segundona, teria sido decisiva para que o projeto rumo à Segunda Fase do torneio fosse remodelado. Sem verba sequer para o jantar, no retorno, os atletas, que calaram a boca de muitos críticos – inclusive, a minha -, conquistaram o placar que deu a classificação. Isso sem contar o ônibus que, quebrado, quase não chegou para o confronto contra o Bandeirante naquele histórico 2x3.

APOIO
Quem trabalha com honestidade vê o retorno chegar. É sob essa premissa que a cervejaria Malta está retornando o apoio comercial ao Atlético Assisense. A empresa, que patrocinou o projeto do Falcão do Vale em 2004, voltará a expor a marca no uniforme do clube que representa a cidade há ininterruptos 13 temporadas. Com isso, haverá alterações na composição das marcas que estampam o uniforme na Segunda Fase.

NA BOLA
Meus amigos que viram os dois times de Assis jogarem em Birigui, Osvaldo Cruz e Presidente Prudente não têm dúvidas sobre aquela agremiação que, na bola, encantou aos olhos. Assim como ocorreu nos dois derbys de Assis, o Falcão do Vale tem um futebol que agrada a quem entende de futebol. Pena, porém, que mesmo sob o comando do experiente e reconhecidamente competente Tupãzinho, tenha tropeçado diante de adversários frágeis, inferiores. Pontos a corrigir na Segunda Fase.

RETORNO
A Segunda Fase da Segundona começará no dia 16 de julho, e não no dia 12. A correção foi feita pela Federação, nessa semana, de maneira a contemplar os clubes que têm condições de receber jogos principalmente à noite. Continua não sendo o caso dos dois clubes de Assis, que mandam jogos no vergonhoso Tonicão, inacabado desde a inauguração.

PANO PARA MANGA
O TJD ainda terá mais uma sessão, antes de entrar em recesso para a Copa. Os suspeitos membros do tribunal máximo da Justiça Esportiva paulista se reúnem para o desfecho da Primeira Fase da Segundona, semana que vem. Há quem garanta que pode haver novidades, de maneira a alterar, ainda mais, a composição dos grupos já estabelecidos. Será¿

JOGO SUJO
Aqui, na Paraíba, o campeonato local ainda desenrola. O meu Campinense sofre para chegar ao quadrangular final, enquanto o rival Treze só é salvo pela matemática. Exemplos crassos de como, na Justiça Comum, enfiar o futebol profissional em um mar de lama. Situação muito parecida com a que vejo na minha Assis em 2014. Vergonhoso.



CARAS NOVAS, IDENTIDADES VELHAS
O Atlético Assisense deve realizar eleições nesse dia 13. Uma sexta-feira 13. Data bem à altura de um pleito feito sem divulgação, às escuras, e que deve repetir as mesmas figurinhas carimbadas dos últimos anos. Como se as vergonhas de 2014 não tivessem servido de exemplo. Que a nova diretoria, sob a égide de patrocinador, tenha ao menos profissionalismo, quesito que faltou, e muito, nesse primeiro semestre do ano na agremiação que há mais tempo representa Assis.

FATALISMO
Torço, em Assis, pelo Atlético Assisense, e isso jamais escondi. De tudo que há de mais podre no futebol profissional de minha cidade natal, o Falcão do Vale ainda guarda o que há de menos carnificina. Isso, contudo, não faz com que eu concorde com o modelo de gestão do clube. Nem no futebol varziano vi o que protagonizou a diretoria do clube nessa temporada da Segundona 2014. E olha que considero-me parceiro dos diretores do CAA. Sou, pois, torcedor. Mas, não calo e não escondo.

FATALISMO II
Para a Segunda Fase da Segundona 2014 muita coisa terá de mudar para que o Atlético Assisense classifique. Agremiação que está sem pagar salários não pode ter diretor que, na falta de comida na mesa de jogadores, poste fotos de soberbas férias pelo Nordeste do país. Tem banana comendo macaco, como diria Tião Carreiro, nessa história toda. E ninguém precisou me dizer. Eu vi nas redes sociais.

AMIZADE
Meu amigo André Amaral, chefe maior do Globoesporte.com, torcerá contra o Atlético Assisense na Segunda Fase da Segundona. Nascido em Mauá, ele é torcedor do Mauaense, que está no grupo 8, junto com o Falcão do Vale. Ano passado, André amargou a eliminação já na Primeira Fase. Que fique na Segunda em 2014, pois, pelo jeito, a primeira vaga do grupo ficará com o Grêmio Prudente.

NO AR
Nesse dia 17 retorno a Assis, em voos da companhia aérea Azul. Passo os feriados de Corpus Christi (nacional) e de São João (aqui, em Campina Grande), com a família. Comprei a passagem de ida, descendo em Presidente Prudente, há mais de um mês. E não atentei ao detalhe de que no dia 17 a Seleção Brasileira faz o segundo jogo na Copa. E justo no horário em que estarei  no trecho Petrolina>Belo Horizonte.

NO AR II
O alento é que as aeronaves da Azul têm sinal, ao vivo, da Sky. Desde que funcione, essa opção de sintonizar, em tempo real, os canais abertos possibilitará que a aeronave acompanhe o jogo da Seleção. Tenho dúvidas, pois em meus dois últimos voos as aeronaves Embraer, no trecho Petrolina>BH, estavam sem sinal da Sky.

POSIÇÃO
Alguns torcedores do Vocem cobraram para que eu pegasse leve no comparativo entre o futebol do outro clube de Assis, que retornou em 2014, e o Falcão do Vale, ativo desde 2001. Recusei, pois, como torcedor, vejo mais futebol em meu clube. E, nessa hora, sou torcedor. Gosto de futebol jogado. E, claro, reconheço que só estamos na Segunda Fase, sorrindo, tendo o lamento choroso do Osvaldo Cruz, que em campo foi mais time na Primeira Fase.

VELHOS TEMPOS
Reencontrei, aqui em Campina Grande, o zagueiro Márcio Alemão, do Campinense. Defensor do Marília na década de 1990, ele é, hoje, um dos líderes da Raposa na cidade. E deverá, aposentado, aqui continuar, cuidando das categorias de base. Bons ares para o Atlético Assisense, brasão que detém a simpatia de Alemão, futuro diretor de futebol daqui.

FOLGA
Alemão não reclama da falta de parada do Campeonato Paraibano para a Copa. Lamenta, mesmo, que não haja espaço para curtir o Maior São João do Mundo, festa popular que reúne mais de 100 mil pessoas por dia no Parque do Povo, no centro de Campina Grande. O zagueiro do Campinense queria, mesmo, é forrezerar.

CRÉDITO ZERO
Externei para a ouvidoria e não escondo de ninguém. Não confio mais nos boletins financeiros das partidas do Campeonato Paulista. Depois dos ingressos ‘brancos’ protagonizados pelo meu Atlético Assisense no segundo derby contra o Vocem, passei a olha com desconfiança sobre o que é declarado como público oficial de jogos, principalmente pela Segundona.

FIASCO
Mas, se o que a Federação Paulista de Futebol diz ser sério, as bilheterias dos estádios da Segundona mostram que o torneio é um fiasco de público. Na última e decisiva rodada, domingo, não houve um confronto sequer, entre os 18 disputados, que levasse mais de mil torcedores a pagar ingresso. Nem em Assis o decisivo Falcão do Vale 1x0 Presidente Prudente mereceu mais do que 156 testemunhas financeiras, rendendo R$ 1.345,00 ‘lucro’.

FIASCO II
Nos bastidores do imundo futebol da Segunda Divisão de 2014 dizia-se que o Osvaldo Cruz havia convencido o TJD a adiar por uma semana a eliminação da agremiação do torneio. Tudo, para conseguir renda no derradeiro jogo contra o Vocem, que se dizia um ‘fenômeno’ de público no torneio. Pois esse fenômeno atraiu 138 pagantes no estádio Breno Ribeiro do Val, ou seja, menos do que foi registrado, no mesmo horário, no Tonicão.

FIASCO III
O jogo com maior público, domingo passado, foi Pirassununguense x Guariba, que teve 287 pagantes. O estádio Belarmino Del Nero recebeu 140 pagantes de entrada inteira e 147 pagantes de meia entrada. R$ 2.135,00 de receita, R$ 113,00 de despesas. E uma vergonhosa situação de bilheteria desse questionável torneio.

FIASCO IV
O pior público da última rodada da Segundona 2014 foi registrado no confronto São Vicente x Mauaense. O time de meu amigo André Amaral foi assistido, como visitante, por 27 pagantes. Renda de R$ 270, ante despesa de R$ 825,30. Ou seja, alguém teve de desembolsar R$ 555,30 para fechar o boletim financeiro.


segunda-feira, 9 de junho de 2014

TJD pune Osvaldo Cruz e coloca Atlético Assisense na Segunda Fase

Cláudio Messias*

Não foi na bola, mas está no regulamento. Na noite dessa segunda-feira o Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol puniu a má gestão e fez prevalecer o trabalho lícito na Segunda Divisão do Campeonato Paulista. Lição de moral àqueles dirigentes que fazem da falcatrua o atalho para disputar torneios de futebol profissional. Recado dado.

A agremiação punida na décima sétima sessão do TJD paulista é o Osvaldo Cruz. O clube, que dentro de campo conquistou vaga na Segunda Fase da Segundona 2014, atuou com jogador irregular em duas partidas no primeiro turno. Perdeu 6 pontos, caiu para 8 pontos no total e ficou em penúltimo lugar no grupo 1, à frente somente do Presidente Prudente, clube que o denunciou e que com a bola rolando também não teve a mesma competência do eliminado.

Com a perda de pontos do Osvaldo Cruz o Atlético Assisense está classificado para a Segunda Fase. O clube de Assis não fez sua parte dentro do gramado, ficando 1 ponto atrás de Osvaldo Cruz e Vocem no grupo 1. Mas, em contrapartida, desde janeiro mostra-se regularmente lícito na Federação e, assim, soma méritos para não temer punições como a que eliminou o Osvaldo Cruz do certame.

Uma modificação, contudo, é feita na distribuição dos grupos divulgada ontem pela Federação Paulista de Futebol. É que com 14 pontos o Osvaldo Cruz era o segundo melhor quarto colocado entre os três clubes que, no desempate por critérios técnicos, garantiram, na gaita, vaga numa espécie de repescagem entre os menores piores. O Atlético Assisense classifica-se como terceiro melhor quarto colocado e, assim, passa a figurar o grupo 8, junto com Grêmio Prudente, Mauaense e Taboão da Serra. O São Bernardo, que estava nessa chave, foi para o grupo 13 com as alterações saídas do TJD.

Em uma atitude de total incoerência o mesmo Tribunal que puniu o Osvaldo Cruz com a perda de 6 pontos livrou de punição os responsáveis pela falcatrua que levou a agremiação à vexamitosa situação de ser eliminada da Segunda Fase. No despacho dessa noite de segunda o TJD enquadrou o clube no artigo 214, porém desconsiderou os elementos formais que fundamentam tal acusação, quais sejam, os enquadramentos do presidente Válter Zaparolli, o técnico da equipe no primeiro turno, Carlos Pinoza, e o atleta Eduardo Vinícius Silva Nunes, absolvidos nos artigos 220-II e III, 220-II e 236, respectivamente. Na minha leitura, é como condenar um réu por homicídio porém livrá-lo de culpabilidade pela morte que provocou. Sinceramente, não entendi essa dos senhores membros do TJD que, por sinal, desde a semana passada têm surpreendido com decisões de não acolhimento a denúncias que, de minha parte, deixam-me ainda mais decepcionado e frustrado com esse torneio da Segundona 2014, errado, em todos os sentidos da licitude, desde o final de janeiro.

Não fico em cima do muro em situações como a que envolveu o TJD na noite dessa segunda-feira. Inegável que Assis ter dois clubes na sequência da Segundona traz mais combustível para a rivalidade já existente nessa Sucupira do Vale esvairada. Mas, a partir de agora, aquele gosto especial pelo futebol justo perdeu, a meu ver, o sentido totalizado da paixão pelo futebol. Não comento e ignoro qualquer pauta relacionada ao outro clube da cidade, dada a baixaria rolou em meados de janeiro e fevereiro nos sujos bastidores do futebol profissional do Estado de São Paulo. E agora o que vejo é o clube pelo qual optei por torcer chegando à Segunda Fase mediante a desgraça alheia. Não fosse o choro do Osvaldo Cruz não haveria sorriso estampado no rosto do Atlético Assisense. Eu, torcedor, prefiro não ter esse sorriso amarelo.

Que esse susto tenha servido de exemplo para a diretoria do Atlético Assisense, que sabe muito bem do que estou falando aqui, nessas linhas. Teve comportamento amador em alguns momentos dessa temporada. Aliás, acho que nem no futebol varziano teríamos um clube que recaísse o erro terciário de produzir ingressos 'brancos' à margem do que estabelecem os contratos assinados com a Federação. Isso não foi propagado em Assis, mas sabe-se que por quebra de contrato o Falcão do Vale poderia ter sido desfiliado e recebido punições extremamente severas no mesmo TJD, na semana passada. Ficou no lucro, se é que R$ 3 mil de multa para um clube que deve, e muito, podem ser entendidos como lucro.

Apoio o Atlético Assisense e continuo torcendo para esse que é o meu clube em Assis. Porém, espero um mínimo de profissionalismo dos gestores que estão à frente desse brasão há mais de 10 anos e que se perpetuam em um cargo que, a meu ver, já poderia ter sido passado adiante. Se nem a vida é eterna, quiçá um caro gestor. E isso não é recado. É afirmação de um torcedor que veste a camisa de um time, e não de pessoas que estão na gestão. Quero, daqui a 10 anos, ser o torcedor que verá o Atlético Assisense em outra divisão, que não essa Segundona, mas com outras caras no comando. Porque clube é dedo, gestor é anel.

Grupo 8
Col
Equipe
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Grêmio Prudente
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Mauaense
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Taboão da Serra
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AtléticoAssisense
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TP – Total de pontos; J – Jogos; AJ – A jogar; V – Vitórias; E – Empates; D – Derrotas; GP – Gols Pró;
GC – Gols Contra; SG – Saldo de Gols; VP – Vitórias por Pênalti; DP – Derrota por pênaltis;
CA – Cartões Amarelos; CV – Cartões Vermelhos; TF – Total de Faltas
  Atualização: 09JUN2014 – 21h07        
Blog do Messias                               www.claudiomessias.blogspot.com.br

*Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre e doutorando em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.