quinta-feira, 8 de maio de 2014

Classificação geral mostra as disparidades da Segundona

Cláudio Messias*

Repetindo o que já havia feito no ano passado, aqui, no Blog, com o final do primeiro turno da Primeira Fase da Segundona 2014 listei, por ordem de aproveitamento, todos os 39 clubes que disputam o certame. Com meio caminho andado rumo ao fechamento da primeira de cinco etapas do torneio pouca conclusão dá para tirar. Curioso, mesmo, é observar o quão injusto é, para alguns clubes, estar em um torneio que abarca todas as regiões administrativas do Estado e, como tal, dada a complexidade das realidades sócio-econômicas, reunir diferentes estruturas e interesses na disputa da competição.

Dos 39 clubes em disputa, avançam para a Segunda Fase os três primeiros colocados de cada uma das 7 chaves. Dada a falta de uniformidade de composição de cada grupo (há grupos com 6 e com 5 agremiações), os três melhores quartos colocados também se classificam. Daí, pois, a importância de estabelecer um ranking com a classificação geral de todos os participantes, de maneira a ter parâmetro sobre quem serão os 3 clubes que avançam mediante aplicação de critério de desempate entre chaves diferentes. Parece bobagem, mas, hoje, o Vocem, de Assis, só garantiria classificação na condição de segundo melhor terceiro colocado de três possíveis.

Se há 21 clubes com vaga garantida na Segunda Fase, hoje, na véspera de abertura da sexta rodada, que abre o returno da Primeira Fase, o Atlético Assisense está nesse seleto grupo de agremiações que não dependem de critérios ou cruzamentos com outras chaves para avançar. o Falcão do Vale tem a 17ª melhor campanha entre os 39 participantes. E é a partir dele que começam a surgir as complicadas e injustas situações de agremiações que por mais que desempenhem boa campanha em seus grupos, correm o risco, na reta final, de ficar fora, pelo caminho. Igualmente, há casos de clubes com campanhas somente razoáveis, mas que avançam. São as peculiares situações que só a Segundona paulista proporciona.

Os 3 clubes que hoje figuram como melhores quartos colocados são, em ordem progressiva, Taquaritinga, Vocem e São Bernardo. Tivesse terminado no final de semana passado e a Primeira Fase do torneio contaria com essas três agremiações classificadas. Deduz-se, pois, que clube com produção abaixo desses três classificáveis já estaria eliminado. Não. Não é bem assim. Há clubes com pior aproveitamento, mas dentro da zona de classificação estável, ou seja, sem necessidade de passar pelo cruzamento de chaves à base da aplicação de critérios.

O Fernandópolis, por exemplo, tem somente a 23ª melhor campanha, mas por ser o terceiro colocado no grupo 2 estaria classificado, deixando fora o Bandeirante, de Birigui, que soma um ponto a mais mas é quinto no grupo 1. Presidente Prudente e Barretos somam, em seus grupos, 5 pontos, ou seja, 1 ponto a mais que Jacareí e SEV-Hortolândia, que são terceiros colocados em seus grupos. Presidente Prudente e Barretos fora, Jacareí e SEV, dentro.

É observando a tabela da classificação geral que chega a certeza de que o grupo 1, de Vocem e Assisense, é a Chave da Morte. É, de sobra, o mais equilibrado entre os 7 em disputa. Basta observar que o lanterna Presidente Prudente tem 5 pontos, mesma pontuação com que Fernandópolis e Inter de Bebedouro garantem vaga na terceira colocação de seus respectivos grupos. O próprio líder da chave, Grêmio Prudente, tem pontuação média, uma vez que com 11 pontos aparece como terceiro melhor time da Segundona em produção passadas 5 rodadas, atrás de Mauaense e Nacional.

Há, pela frente, 5 rodadas até que a Primeira Fase seja encerrada. No ano passado houve mudanças em praticamente todos os grupos, de maneira que aqueles clubes que figuravam na zona do conforto da terceira colocação de suas chaves tiveram dificuldade de manter essa condição e, em alguns casos, sequer avançaram para a Segunda Fase. Igualmente, clubes que se destacaram na primeira de cinco fases depois tropeçaram e sequer à reta final chegaram.

A sexta rodada que abre o returno tem jogo na noite dessa sexta-feira e, para apimentar o tempero do grupo 1, reúne justamente os dois clubes que protagonizaram subidas e quedas no primeiro turno. Bandeirante x Osvaldo Cruz voltam a se encontrar, dessa vez no estádio Pedro Marin Berbel, em Birigui. No primeiro turno, no estádio Breno Ribeiro do Val, em Osvaldo Cruz, foi 2x1 para o time de Birigui, que depois caiu de produção e terminou o turno como vice-lanterna da chave. Com uma vitória, o vice-líder Osvaldo Cruz aproxima-se do líder Grêmio Prudente e solidifica o caminho para a classificação, tendo, porém, o contraste de, na Chave da Morte, correr o risco de perder novamente do Bandeirante e, além de fazer renascer o rival, cair da vice-liderança para a vice-lanterna do grupo, dependendo dos outros resultados.



*Professor universitário, historiador e jornalista, é mestre e doutorando em Ciências da Comunicação pela ECA/USP.

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